Qualcomm registra crescimento de vendas e aprova nova recompra de ações, impulsionada por sinais de recuperação no mercado de smartphones. (Joan Cros/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 7 de novembro de 2024 às 06h20.
Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 06h21.
A Qualcomm, maior fornecedora de processadores para smartphones no mundo, apresentou uma previsão otimista de vendas para o próximo período, indicando sinais de retomada no mercado de dispositivos móveis, especialmente na China. A empresa também autorizou um novo programa de recompra de ações no valor de $15 bilhões (R$ 85,2 bilhões), demonstrando confiança em suas perspectivas de longo prazo e no fortalecimento do setor de smartphones.
Para o trimestre que se encerra em dezembro, a Qualcomm projeta uma receita entre $10,5 bilhões (R$ 59,64 bilhões) e $11,3 bilhões (R$ 64,38 bilhões), de acordo com a Bloomberg. Esse número supera a estimativa média de analistas de $10,5 bilhões (R$ 59,64 bilhões). O lucro, descontados alguns itens, pode chegar a $3,05 (R$ 17,34) por ação, também acima das projeções de Wall Street.
Um dos principais fatores para a recuperação das vendas da Qualcomm é o fortalecimento do mercado chinês, onde a empresa possui uma vantagem significativa, especialmente nos smartphones de alto desempenho. Durante o último ano fiscal, que terminou em 29 de setembro, a Qualcomm registrou um aumento de 40% nas vendas de smartphones baseados em Android na China. Esse crescimento reforça a posição da empresa em um mercado estratégico e é visto como um sinal de retomada da demanda no setor de dispositivos móveis.
No quarto trimestre fiscal, a Qualcomm reportou um lucro de $2,69 (R$ 15,27) por ação, excluindo alguns itens. A receita subiu 19%, alcançando $10,2 bilhões (R$ 57,94 bilhões), superando as expectativas de analistas, que projetavam um lucro de $2,56 (R$ 14,55) por ação e receita de $9,91 bilhões (R$ 56,28 bilhões).
O segmento de vendas relacionadas a smartphones teve um aumento de 12%, totalizando $6,1 bilhões (R$ 34,65 bilhões), superando ligeiramente a média de projeções de analistas de $6 bilhões (R$ 34,08 bilhões). A receita de chips utilizados em veículos também cresceu expressivamente, com um salto de 68% e atingindo $899 milhões (R$ 5,11 bilhões). As vendas de chips para dispositivos conectados somaram $1,68 bilhão (R$ 9,55 bilhões), acima da estimativa de $1,55 bilhão (R$ 8,8 bilhões).
Apesar de ampliar sua presença em outros mercados, como o setor automotivo e computacional, a Qualcomm ainda obtém mais de 60% de sua receita de chips relacionados a smartphones, tornando seu desempenho financeiro um importante indicador para a indústria de dispositivos móveis. Recentemente, a Qualcomm aprovou um programa de recompra de ações no valor de $15 bilhões (R$ 85,2 bilhões), substituindo o programa anterior de $10 bilhões (R$ 56,8 bilhões) de outubro de 2021.
O CEO da Qualcomm, Cristiano Amon, continua focado na expansão da empresa em novas áreas, mas reconhece que a presença no mercado de smartphones permanece essencial. Uma das maiores fontes de receita da Qualcomm, além da venda de chips, é a licença da tecnologia base para as redes móveis modernas, cobrando taxas de fabricantes de celulares, independentemente de utilizarem seus chips.
Analistas acreditam que, apesar do impacto potencial das mudanças no cenário regulatório, especialmente com a possível perda de receita da Apple, que busca substituir os chips da Qualcomm, a empresa se mantém bem posicionada para aproveitar o crescimento na demanda por smartphones, especialmente em mercados como o chinês.