Ouro: metal bateu a cotação de US$ 4.378,69 por onça na madrugada desta sexta-feira (EyeEm Mobile GmbH/Getty Images)
Repórter
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 08h46.
O preço do ouro acumula uma alta de cerca de 65% em 2025, no que caminha para ser sua maior disparada desde 1979. O movimento, segundo análise do Goldman Sachs, está ancorado em fundamentos sólidos de demanda — e ainda pode ter fôlego para avançar.
Na madrugada desta sexta-feira, 17, o metal bateu outro recorde ao alcançar uma cotação de US$ 4.378,69 por onça A valorização tem gerado atenção de investidores e analistas, que discutem se há elementos especulativos no rali.
Lina Thomas, analista do Goldman Sachs, afirmou em um vídeo divulgado nesta quinta-feira que “o rali continua ancorado em fundamentos, não em euforia” por enquanto. A instituição elevou neste mês sua projeção para dezembro de 2026 de US$ 4.300 para US$ 4.900 por onça.
"Na realidade, o movimento não é tão incomum. Os bancos centrais continuam comprando volumes recordes de ouro, e os investidores privados estão apenas acompanhando esse movimento à medida que o Fed [o banco central americano] reduz os juros", disse Thomas, segundo o Business Insider.
“Depois de anos de subalocação, isso é mais uma normalização do que uma mania”, afirmou a analista.
Thomas afirmou que ainda pode haver uma “alta significativa” pela frente, citando a corrida do ouro da década de 1970 como um paralelo histórico.
Na época, a decisão do então presidente Richard Nixon de encerrar o sistema de Bretton Woods — que atrelava o dólar ao ouro — abriu caminho para um salto de preços em meio à inflação elevada, crise do petróleo e tensões geopolíticas da Guerra Fria.
Como o ouro tem um mercado menor que o de Treasuries ou ações, movimentos de aversão ao risco podem gerar fortes oscilações no preço do metal.
O movimento também tem sido observado por grandes nomes do mercado financeiro. No começo do mês, o bilionário Ray Dalio comparou a alta atual ao cenário dos anos 1970 e destacou o ouro como um ativo de proteção importante em períodos de incerteza. Para ele, os investidores deveriam considerar alocar até 15% de seus portfólios no metal.
O próprio CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse na última terça-feira, 14, que este é um dos raros momentos em que faz algum sentido manter uma parcela de ouro em seus portfólios.