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Recordes de S&P 500 e bitcoin reacendem temor de euforia nos mercados

Valorizações históricas de ações e criptoativos reacendem alertas sobre comportamento especulativo no mercado

Wall Street vive onda de alta e analistas apontam risco de bolha financeira (Robb Miller/Unsplash)

Wall Street vive onda de alta e analistas apontam risco de bolha financeira (Robb Miller/Unsplash)

Publicado em 28 de julho de 2025 às 16h04.

Última atualização em 28 de julho de 2025 às 16h30.

A recuperação dos mercados financeiros dos Estados Unidos ao longo de julho tem gerado preocupação entre analistas. O índice S&P 500 alcançou uma série de recordes nas últimas semanas, impulsionado pelo desempenho de empresas de tecnologia e pela retomada do apetite por ativos considerados especulativos, como criptomoedas e ações de menor liquidez.

Mesmo com os juros elevados e tensões comerciais entre EUA, Japão e União Europeia, investidores ampliaram sua exposição a ativos de risco. A fabricante de chips Nvidia se tornou a primeira empresa de capital aberto a atingir valor de mercado de US$ 4 trilhões, enquanto o bitcoin superou os US$ 120 mil, acumulando forte valorização no ano.

Papéis como os da rede Krispy Kreme e da fabricante de câmeras GoPro voltaram a atrair a atenção de investidores pessoas físicas, em movimento semelhante ao observado durante a onda das “ações meme” em 2021.

Indicadores técnicos apontam euforia nos mercados de ações e crédito

Dados da Bloomberg mostram que o S&P 500 é negociado atualmente a mais de 3,3 vezes suas vendas, uma métrica considerada elevada em ciclos normais. Segundo o banco Barclays, um indicador proprietário de “euforia patrimonial” — que combina fluxo de derivativos, volatilidade e sentimento — dobrou de nível desde o início do ano, atingindo patamar semelhante ao de outras bolhas anteriores.

Além disso, os juros cobrados sobre empréstimos corporativos de empresas americanas de alta classificação caíram para 0,8 ponto percentual acima dos títulos públicos, o menor nível desde 2005. Essa compressão de risco no crédito é vista por alguns gestores como um sinal de que investidores estariam ignorando fundamentos.

O Deutsche Bank também manifestou preocupação. Em relatório recente, analistas do banco apontaram que o crescimento do crédito tomado por investidores para comprar ações pode indicar o nível de "euforia mais quente" desde os anos de 1999 e 2007, períodos que antecederam fortes correções de mercado.

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