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Recessão nos EUA? Títulos do Tesouro podem trazer sinais de uma futura crise

Expectativas de crescimento mais fraco e incertezas sobre política monetária influenciam decisões de investimento

Qual título do Tesouro Direto é melhor para a aposentadoria? (foto/Reprodução)

Qual título do Tesouro Direto é melhor para a aposentadoria? (foto/Reprodução)

Publicado em 10 de setembro de 2025 às 05h44.

O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caiu significativamente em 2025, refletindo preocupações com o crescimento econômico e expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Após atingir 4,8% no fechamento de 13 de janeiro, o retorno caiu para cerca de 4,08% nesta quarta-feira, 8, marcando um dos níveis mais baixos do ano.

A redução nos retornos indica que o mercado projeta um crescimento mais lento da economia americana. Embora rendimentos menores possam reduzir o custo de capital para empresas e valorizar ações, eles também sugerem menor confiança nas perspectivas econômicas de longo prazo.

Rendimento de 10 anos como termômetro da economia

Especialistas destacam que o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos pode funcionar como indicador precoce de recessão. Derek Tang, economista da Monetary Policy Analytics, afirmou ao MarketWatch que a trajetória descendente do título reflete a expectativa de cortes nas taxas do Fed, captando preocupações que não aparecem nos títulos de curto prazo, como os de 2 anos.

Segundo Tang, se a redução das taxas ocorrer por escolha estratégica do Banco Central, representa uma ação preventiva e tende a beneficiar o mercado acionário. Mas se os cortes forem necessários para enfrentar uma desaceleração já em andamento, isso indica que uma recessão pode estar se consolidando, com impacto negativo sobre as ações.

Estratégias do BofA Securities projetam que o rendimento do título de 10 anos encerre 2025 em 4%, abaixo da previsão anterior de 4,25%, após o relatório de empregos de agosto mostrar criação de apenas 22 mil vagas, com a taxa de desemprego subindo para 4,3%, maior patamar em quase quatro anos.

Apesar das expectativas de que o índice de preços ao consumidor (IPC) de agosto pudesse revelar inflação elevada, o retorno dos títulos de 10 anos continuou em queda, indicando que o mercado prioriza sinais de enfraquecimento econômico em relação à pressão inflacionária de curto prazo.

Analistas ressaltam ainda que a baixa nos rendimentos reflete uma mudança substancial no cenário macroeconômico. Enquanto no início do ano predominava a expectativa de crescimento robusto e inflação alta, atualmente o panorama aponta para expansão mais lenta e maior cautela por parte dos investidores.

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