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Publicado em 31 de julho de 2025 às 07h59.
A Ambev registrou crescimento orgânico de 3,4% na receita líquida no segundo trimestre de 2025, alcançando R$ 20,09 bilhões. Em termos reportados, a alta foi mais modesta, de 0,2%, o que reflete a queda nos volumes no Brasil, seu principal mercado. O avanço foi impulsionado pelo desempenho de marcas premium, digitalização das vendas e forte crescimento em regiões da América Latina.
O lucro líquido ajustado da companhia subiu 15,2% em relação ao mesmo período no ano passado, totalizando R$ 2,83 bilhões. O EBITDA ajustado cresceu 5,9% no consolidado, chegando a R$ 6,15 bilhões, com margem de 30,6% (+160 pontos-base). A empresa também aprovou R$ 2 bilhões em dividendos intermediários, que serão pagos em outubro.
No Brasil, a receita líquida caiu 1,7%, impactada por uma retração de 6,5% no volume total - sendo 8,9% em cervejas. O clima frio foi um dos principais fatores que afetaram o consumo. Ainda assim, a Ambev destacou o crescimento de produtos com maior valor agregado: as cervejas sem álcool cresceram cerca de 15%, a Stella Pure Gold dobrou de volume e representa 30% da linha Stella, e Michelob Ultra avançou 60%.
A digitalização também ajudou a mitigar perdas: o GMV do BEES Marketplace dobrou, e o Zé Delivery cresceu 7%, com aumento de 11% no ticket médio.
A maior contribuição positiva veio da América Latina Sul, com alta de 23,3% na receita líquida e aumento de 2,9% no volume. O EBITDA ajustado na região disparou 42,8%. A companhia destacou o crescimento forte na Bolívia, a recuperação na Argentina e o bom desempenho das marcas premium - que avançaram mais de 15%.
Na América Central e Caribe, a receita líquida caiu 1,3% de forma orgânica, acompanhando queda de 4,4% no volume. Ainda assim, o EBITDA subiu 5,9%, com ganho de participação de mercado na República Dominicana. No Canadá, a receita líquida subiu 2,9% e o BEES respondeu por mais de 30% das vendas.
A receita por hectolitro (ROL/hl) também cresceu 8,4%, sinalizando um foco maior na rentabilidade por unidade vendida. O custo por hectolitro (CPV/hl) também aumentou 8,9%, além das despesas operacionais (SG&A) recuarem 0,2%, refletindo uma maior eficiência.
O portfólio premium e super premium cresceu entre 10% e 15% em volume, enquanto o segmento de cervejas no-low (com baixo ou nenhum álcool) cresceu cerca de 20%. Já o segmento core, mais sensível a preço, teve retração de volume.