Fed: presidente Jerome Powell dará suas opiniões em uma fala em Nova York na quinta-feira, 19 (Andrew Harrer/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 18 de outubro de 2023 às 13h14.
Última atualização em 18 de outubro de 2023 às 13h29.
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) enfrenta possíveis armadilhas de política monetária ao ter de decidir como lidar com a inquietação dos investidores diante da montanha de dívida do governo americano, que já soma US$ 33,5 trilhões.
As preocupações sobre o futuro fiscal dos Estados Unidos contribuíram para uma disparada dos juros sobre os títulos do Tesouro americano, o que surpreendeu as autoridades do Fed e os levou a considerar adiar, pelo menos por enquanto, planos para outro aumento da taxa básica.
Os juros que os investidores exigem para tomar Treasuries de 30 anos chegou a ultrapassar 5% este mês pela primeira vez desde 2007, e isso pode ter um efeito dominó nos custos de financiamento em toda a economia.
A pressão ascendente sobre as taxas de juro de longo prazo ameaça o crescimento e pode aumentar o desemprego. Ao mesmo tempo, também pode desancorar as expectativas de inflação se houver uma percepção de que o Fed não está fazendo o suficiente para proteger a estabilidade de preços, a fim de limitar os custos de financiamento do governo federal.
“Estamos testemunhando o início de uma mudança fundamental na forma como os investidores percebem a sustentabilidade fiscal dos EUA”, disse Kevin Warsh, ex-membro do conselho de governadores do Fed e conselheiro do presidente George W. Bush de 2002 a 2006.
O presidente do Fed, Jerome Powell, dará suas opiniões em uma fala em Nova York na quinta-feira, 19.
Os observadores do Fed esperam que ele apoie tacitamente um consenso emergente entre os dirigentes do BC americano de que os yields mais elevados abrem espaço para manutenção de juros na reunião do fim deste mês, enquanto eles avaliam as perspectivas.
Mas com a inflação ainda mais alta do que a meta de 2% do Fed, Powell provavelmente irá sinalizar a possibilidade de um aumento de juros no final do ano.
“A ameaça de outro aumento permanecerá conosco enquanto estivermos com a inflação muito acima de sua meta”, disse a fundadora da MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed, Julia Coronado.