Luis Stuhlberger: "PEC da Transição está se tornando um trem da alegria de crescimento dos gastos descontrolado" (José Patricio/Agência Estado)
Karla Mamona
Publicado em 8 de novembro de 2022 às 16h45.
Última atualização em 8 de novembro de 2022 às 17h35.
Em carta divulgada nesta terça-feira, 8, a Verde Asset, de Luis Stuhlberger, afirmou que vê com preocupação as primeiras sinalizações de discussões fiscais do novo governo. Segundo a gestora, a “PEC da Transição” está se "tornando mais um trem da alegria de crescimento dos gastos descontrolado". Disse ainda que a estimativa de gastos de mais de 200 bilhões é algo descabido.
A Verde criticou o fato de o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ter falado ao longo da campanha eleitoral que teria responsabilidade fiscal baseado nos seus últimos mandatos anteriores, dessa maneira, alegando que não precisaria de teto dos gastos ou de outros arcabouços legais para cumprir isso.
“Essa espécie de la garantia soy yo periga ter vida bastante curta se não for seguida de decisões e comportamentos que a corroborem. Seria salutar que os integrantes do novo governo estudassem o que aconteceu com o malfadado governo de Liz Truss no Reino Unido.”
Disse ainda que o resultado do segundo turno das eleições, com vitória bastante apertada de Lula, foi na direção (embora não na magnitude) que a maioria dos analistas esperava e que de algum modo os mercados precificavam. Nos dias seguintes à eleição, com ajuda do mercado global menos inóspito, a gestora destacou a excelente performance dos ativos brasileiros, da qual o fundo se beneficiou. Em outubro, o fundo teve desempenho de 3,51% e acumula alta de 15,20% durante o ano.
O fundo Verde teve em outubro ganhos nas posições de bolsa brasileira, no petróleo, em posições de moedas, juros globais e no livro de crédito offshore. A posição de bolsa global, a compra de inflação implícita no Brasil e a posição de ouro foram os detratores do mês.
O fundo aumentou posição vendida na bolsa americana através de estruturas de opções e iniciou alguns hedges na bolsa brasileira. "Mantivemos posição comprada em inflação implícita no Brasil, tomada em juros na Europa, comprada em ouro, e voltamos a aumentar posição de petróleo. Continuamos vendidos no euro, mas zeramos venda de libra. As posições compradas em crédito, tanto no Brasil quanto exterior, foram mantidas."