"Como o histórico da 'precificação do risco soberano' não é muito preciso, avaliações dos mercados sobre esse risco deveriam ser tratadas com grande cautela", diz a organização (Jean Ayissi/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 14h03.
Londres - Os países desenvolvidos vão continuar com seus ratings sob pressão em 2013, mas quaisquer rebaixamentos precisam ser cuidadosamente analisados, devido ao histórico negativo das agências de classificação de risco na avaliação dos governos.
Essa é a conclusão de um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Devido ao histórico fraco das agências na precificação do risco soberano nos últimos 20 anos, o relatório sugere que qualquer rebaixamento deve ser cuidadosamente avaliado, e não tomado pelo valor de face", diz a OCDE em comunicado.
Segundo a instituição, estudos mostram que a deterioração nas condições de mercado - como a alta nos custos de financiamento de um governo, por exemplo - geralmente precede rebaixamentos de rating, o que põe em xeque a validade dessas análises como uma informação confiável. Mesmo assim, as avaliações dos mercados sobre o risco soberano também foram consideradas inconfiáveis.
"Como o histórico da 'precificação do risco soberano' não é muito preciso, avaliações dos mercados sobre esse risco deveriam ser tratadas com grande cautela", diz a organização.
De acordo com a OCDE, as necessidades brutas de financiamento dos países que fazem parte do grupo devem aumentar levemente em 2013, para cerca de US$ 10,9 trilhões, "do nível já elevado" de US$ 10,8 trilhões em 2012.
"Levantar grandes volumes de fundos ao preço mais baixo possível para refinanciar suas obrigações de dívida continuará sendo um grande desafio para muitos governos. A maioria dos países da OCDE vai continuar reequilibrando seus portfólios com a emissão de bônus de prazo mais longo e redução da venda de dívidas de curto prazo", diz o relatório. As informações são da Dow Jones.