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Real fraco não “salva a pátria” de 5 ações de exportadoras

HSBC avalia que os papéis de metais e mineração não devem se beneficiar com o novo cenário

A queda nos preços do minério de ferro tem acompanhado a desvalorização do real (Agência Vale/Divulgação)

A queda nos preços do minério de ferro tem acompanhado a desvalorização do real (Agência Vale/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 06h12.

São Paulo – Algumas ações de empresas exportadoras não devem se beneficiar do cenário com um dólar mais alto, mostra um relatório publicado pelo banco HSBC nesta semana. Segundo o analista Jonathan Brandt, o “real enfraquecido não é o salvador da pátria”. As ações da Vale, CSN, Usiminas, Gerdau e Gerdau Metalúrgica sofreram revisões para baixo em suas estimativas.

“Houve desvalorização de 15% do Real em relação ao pico deste ano e a tendência natural é acreditar que isso é benéfico para os exportadores. Embora isso seja em parte correto, acreditamos que a desvalorização não representará um benefício tão grande quanto o mercado acredita”, alerta Brandt. O analista adotou um tom mais pessimista em sua análise e reconhece que está agora substancialmente abaixo das expectativas do consenso.

“Reduzimos nossas projeções de consumo de aço no Brasil para 4,5%, devido à queda na taxa de crescimento do PIB e um começo de ano mais lento. Em consequência de nossas análises e novas premissas, reduzimos nossos preços alvo em 8-17% e nossas estimativas de LPA [Lucro Por Ação] em 8-68%”, analisa. Para ele, há quatro motivos que justificam a ideia de que o real mais fraco não ajuda nas operações.

Motivos

O primeiro é o preço das commodities, que tem caído com o aumento nas preocupações macroeconômicas. A queda no valor do minério de ferro chega a 12% nos últimos dias, ressalta o banco. A segunda razão é que o real mais fraco é acompanhado por um momento de fuga geral do risco no mercado. O terceiro motivo é o fato de que a mudança só pode ser obtida pelas siderúrgicas se elas conseguirem implementar um aumento no preço do aço doméstico, o que não é a expectativa do HSBC. Por fim, existe o efeito negativo nos níveis da dívida.


Sobe o último item, a que mais preocupa é a Usiminas. Segundo um comunicado enviado ao mercado hoje, a empresa busca a dispensa do cumprimento do índice de dívida líquida por Ebitda nas debêntures da quarta emissão. Uma assembleia foi convocada para o dia 11 de junho para deliberar sobre o assunto com os debenturistas. A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou em 10 de maio a nota da empresa em dois níveis, para Ba2.

“O perfil de crédito da Usiminas piorou consideravelmente, culminando em uma geração de fluxo de caixa mais fraca, índice de cobertura de serviço da dívida baixo (1,2x nos últimos doze meses findos em março de 2012) e maior alavancagem derivados principalmente de uma base de resultados mais fracos (alavancagem bruta ajustada de 7,4x nos últimos doze meses findos em março de 2012)”, disse a avaliadora em nota.

Recomendações

Brandt reiterou a recomendação neutra para as ações ordinárias da Vale (VALE3), mas reduziu o preço-alvo de 48 reais para 44 reais. A CSN (CSNA3) e a Usiminas (USIM5) continuam com a indicação de alocação abaixo da média. O preço-alvo foi cortado de 17,50 reais para 14,50 reais e de 12,50 reais para 10,50 reais, respectivamente. Para a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) a recomendação é neutra e o preço-alvo caiu de 25 reais para 22,50 reais. A indicação para a Gerdau (GGBR4) é neutra. O preço-alvo passou de 19 reais para 17,50 reais.

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