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Real foi a 2ª moeda que mais se valorizou em 2014

A divisa brasileira teve alta real de 9,17% no primeiro semestre na comparação com uma cesta de moedas


	Moedas de real: a divisa brasileira teve alta real de 9,17% no primeiro semestre 
 (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

Moedas de real: a divisa brasileira teve alta real de 9,17% no primeiro semestre  (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 09h25.

Londres - O real é a moeda que registrou a segunda maior valorização do mundo em 2014. Dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) compilados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, mostram que a divisa brasileira teve alta real de 9,17% no primeiro semestre na comparação com uma cesta de moedas.

A alta do real só ficou atrás do bolívar da Venezuela. O fortalecimento do real acontece em meio ao processo de alta do juro brasileiro e a busca dos investidores globais por rentabilidade.

Mensalmente o BIS - instituição que funciona como um banco central dos bancos centrais - coleta dados sobre 61 moedas. A evolução de cada divisa é comparada com uma cesta formada pelas demais 60 moedas ponderadas conforme o comércio exterior de cada país.

Assim, quanto maiores forem as transações comerciais com determinada economia, maior será o peso da respectiva divisa nessa cesta.

Os dados do BIS revelam um lugar de destaque para o real. No primeiro semestre, o real foi a segunda moeda que mais se fortaleceu no mundo. Uma consequência desse fenômeno aparece nas cotações do dólar.

Mesmo com o ritmo cada vez mais lento da economia, inflação alta e proximidade das eleições presidenciais, o preço do dólar caiu quase 15 centavos no Brasil em seis meses e passou de R$ 2,3560 no fim de 2013 para R$ 2,2120 no último dia de junho.

"O baixo juro pago nos EUA e o excesso de liquidez explicam esse fenômeno. Nos últimos meses, investidores migraram para mercados em busca de rentabilidade. O retorno de dois dígitos com risco praticamente zero oferecido pelo Brasil tem atraído muita gente", diz o economista da Oxford Economics, Marcos Casarin, ao lembrar que nenhum outro grande país emergente oferece juro tão alto.

Ele diz que as intervenções do BC no câmbio também influenciaram.

"Desde agosto, o BC colocou quase US$ 90 bilhões no mercado, o que também ajudou", disse. As intervenções do BC acontecem com a oferta de swap cambial - que equivale à venda de dólares no mercado futuro.

A subida de quase 10% do real superou com folga o desempenho de outras divisas que registraram recuperação, como o dólar australiano (+4,25%), rupia indiana (+4,21%), won coreano (+3,89%), libra esterlina (+3,49%) e iene japonês (+3,27%). No mesmo período, o dólar norte-americano teve alta de 1,03% na comparação com a cesta de moedas e o euro, ao contrário, sofreu desvalorização de 2,71%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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