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Itaú diz que Petrobras merece confiança desconfiada

Analista de petróleo e gás do banco se encontrou com Maria das Graças Foster para questionar a executiva sobre a adoção da nova metodologia de ajuste dos preços


	Preços de gasolina, álcool e diesel vistos na placa de um posto de combustível, ao lado do tráfego na praia de Copacabana no Rio de Janeiro
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Preços de gasolina, álcool e diesel vistos na placa de um posto de combustível, ao lado do tráfego na praia de Copacabana no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 16h09.

São Paulo - A analista de petróleo e gás do Itaú Unibanco, Paula Kovarsky, se encontrou na segunda-feira com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, para questionar a executiva sobre a adoção da nova metodologia de ajuste dos preços dos combustíveis. Segundo Paula, a cúpula da estatal “provou que merece nossa confiança, mas não podemos esquecer de que o conselho não mudou”.

Apesar de dar à analista poucos detalhes sobre a nova metodologia adotada, a Petrobras deixou a impressão de ter, pelo menos, estabelecido um processo que obriga o conselho da empresa a avaliar de forma mais objetiva o impacto dos preços do óleo diesel e da gasolina sobre o balanço patrimonial da companhia.

Em relatório enviado a clientes, a analista do Itaú afirma que a Petrobras pode não ter conseguido que o conselho aprovasse a metodologia como um gatilho automático para reajustes de preços, “mas criou uma política comercial para os preços de óleo diesel e gasolina que não existia antes”.

A presidente da Petrobras afirmou, durante a conversa, que a nova metodologia será usada como referência para reajustes no futuro, à medida que eles forem aprovados pelo conselho. Graça Foster qualificou o novo cálculo como “simples e objetivo, seguindo a paridade internacional com base nos preços do petróleo e nas taxas de câmbio e incluindo custos de importação quando aplicável”.

Projeções

A analista mantém sua recomendação de manutenção para as ações da Petrobras, com perspectiva de desempenho em linha com a média do mercado (market perform), e preço justo de R$ 23,60 para as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) no fim de 2014.

Antes do anúncio da adoção da nova metodologia, feito em 30 de novembro, Paula avaliava que a cotação das ações PN já incluía as expectativas elevadas de que uma fórmula de preços clara para diesel e gasolina seria adotada. “A ação está quase 20% abaixo do preço máximo atingido em 18 de outubro e 15% abaixo do pico que veio após o comunicado inicial formal sobre a fórmula em 28 de outubro”, lembra a analista.

Após as mensagens pouco claras do governo, ela avalia que os investidores estarão mais relutantes em seguir com essa trajetória positiva de precificação. Ainda assim, a analista afirma que o cenário poderá ficar mais favorável para as ações “se e quando forem concedidos reajustes adicionais, especialmente se a produção começar a crescer no ano que vem, conforme esperamos”.

Perto do fechamento do pregão de hoje, as ações PN da Petrobras subiam 0,24%, negociadas a R$ 16,81, e os papéis ordinários (ON, com voto) tinham leve alta de 0,06%, a R$ 15,67. O Índice Bovespa caminhava para fechar em queda de 0,06%, aos 50.038 pontos.

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