Mercados

Reajuste da gasolina frustra otimismo recente com ação da Petrobras

Papéis despencam nesta segunda-feira no primeiro dia após o anúncio do governo

No ano, as ações da Petrobras acumulam uma desvalorização de 13% (Ricardo Moraes/Reuters)

No ano, as ações da Petrobras acumulam uma desvalorização de 13% (Ricardo Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2012 às 13h04.

São Paulo – As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) despencam nesta segunda-feira no primeiro dia de reação ao aumento nos preços da gasolina e do diesel. Na mínima do dia, os papéis ordinários e preferenciais chegaram a cair 7,3%. Na semana passada, as ações da estatal figuraram entre as 10 maiores altas, com as preferenciais subindo 5,3%. O Ibovespa é puxado pelo pessimismo e também recua.

“Pelos nossos cálculos, o aumento anunciado na sexta não elimina a defasagem entre os preços no mercado interno e externo”, resumiu a corretora Planner em um relatório publicado hoje. A empresa anunciou um aumento de 7,83% nos preços da gasolina e de 3,94% no diesel. O valor cobrado do consumidor não deve crescer porque o governo reduziu a alíquota da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) a zero sobre os combustíveis.

Na avaliação da analista do Itaú, Paula Kovarsky, o desempenho da semana passada refletiu a expectativa por um aumento de 15% no preço dos dois combustíveis, o que traria os preços para uma paridade internacional. O maior problema está com o diesel porque a Petrobras importa cerca de 20% do que é vendido no mercado nacional.

Prejuízo

“Dessa forma, a empresa está tendo efetivo prejuízo, ao comprar o diesel por preço mais caro que vende no Brasil. No caso da gasolina, como o país é exportador, a empresa apenas deixa de ganhar ao vender mais barato no mercado local”, ressalta a Planner. “Os investidores podem não continuar tão otimista com a ação quanto estavam na semana passada”, ressaltam.

O Citi afirma que o aumento de preços é o segundo ponto positivo da administração da presidente Maria das Graças Foster. “A Petrobras revisou seu Plano de Negócios recentemente, reduzindo os investimentos e adotando projeções mais realistas para a produção de petróleo, o que deve contribuir para reconquistar a confiança dos investidores. Nos próximos trimestres, acreditamos que o foco dos investidores vai estar na execução do plano de investimentos”, estima o banco.

As ações caíram após o anúncio do plano de investimentos entre este ano e 2016. A empresa aprovou um montante de 236,5 bilhões de dólares para o período, mas cortou as metas de produção de petróleo e gás. No plano anterior, entre 2011 e 2015, a ideia era investir 224,7 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresCapitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPETR4PetrobrasPetróleo

Mais de Mercados

Lucro da Meta (META) supera previsões, mas empresa projeta alta de custos em 2025

Ação da Tesla (TSLA) sobe no after market mesmo com lucro e receita abaixo do esperado

Anúncio de novo consignado privado faz ações dos bancos caírem no Ibovespa

Fed interrompe ciclo de corte e mantém juros na faixa entre 4,25% e 4,50%