Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de maio de 2022 às 07h04.
Última atualização em 5 de maio de 2022 às 08h15.
O mercado internacional opera misto na manhã desta quinta-feira, 5, Enquanto os futuros americanos devolvem parte dos ganhos da véspera, índices da Europa apresentam firmes altas, com investidores ainda repercutindo a decisão do Federal Reserve (Fed) da última tarde. Isso porque as bolsas do continente já estavam fechadas quando as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, motivaram o apetite por risco.
Após subir os juros em 50 pontos base para o intervalo entre 0,75 e 1%, como amplamente esperado, Powell descartou a possibilidade de aumentar o ritmo de alta nas próximas reuniões. Embora a elevação de 75 pontos base tenha chegado a ser ventilada por membros do Fed, o presidente do banco central americano disse que "não é algo que o comitê esteja considerando ativamente".
As apostas de um aumento mais duro para as próximas reuniões, que vinham ganhando força, diminuíram abruptamente. Segundo o monitor do Fed do CME Group, a probabilidade de o Fed subir os juros para o intervalo entre 1,50% e 1,75% em junho caiu de 75% para 0%. A maioria das apostas (82%), agora, está em uma alta de apenas 25 pontos base para a próxima reunião, sendo que a chance de manutenção do intervalo atual saltou para 17%.
As falas de Powell também ajudaram a impulsionar o Ibovespa, que fechou em forte alta de 1,70% na sessão anterior. Neste pregão, investidores devem incorporar aos preços a decisão e o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgados na última noite. A Selic, como esperado, subiu 100 pontos base para 12,75% e a possibilidade de o fim do ciclo de ajustes terminar por aí foi reconsiderada.
Segundo o comunicado, o Copom espera voltar a subir juros na próxima reunião, mas "em menor magnitude". O mercado acredita em mais uma alta de 50 pontos base, que levaria a Selic para 13,25%, que é o consenso para a taxa para o fim do ano. O comitê, no entanto, não deixou claro se a alta será de 25, 50 ou 75 pontos base.
Perspectivas de juros mais altos no Brasil e o menor ritmo de elevações por parte do Fed tendem a favorecer o real. Mas o quanto das decisões já está no preço segue incerto, dado a forte desvalorização do dólar após o comunicado de Powell na última tarde. Na quarta, o dólar fechou em R$ 4,90, depois de ter superado R$ 5 no início da sessão.
Além da reação ao Copom, investidores seguem atentos à agitada agenda de balanços.
O resultado mais aguardado do dia é o da Petrobras, previsto para após o encerramento do pregão. Outro gigante da bolsa a apresentar balanço nesta noite será o Bradesco. Também irão divulgar seus resultados Arezzo, Natura, Lojas Renner, AES, Alpargatas, Fleury, Carrefour, EcoRodovias, Engie, Unidas, Simpar, Sequoia, Sanepar, Rumo e BR Properties.
Quem já apresentou seus números nesta manhã foi a Ambev. A fabricante de bebidas aumentou seu lucro ajustado em 28,6% para R$ 3,552 bilhões. A receita líquida aumentou em 10,8% para R$ 18,4 bilhões. Também está previsto para esta manhã o balanço da Gerdau.
Na última noite, Suzano, GPA, Totvs, EDP, PetroRio, CSN e CSN Mineração reportaram seus respectivos balanços do primeiro trimestre. A Oi, que havia adiado a divulgação do resultado do quarto trimestre devido à "complexidade" da venda da divisão móvel, apresentou seu snúmeros do período na última noite.