Caminhão com combustível da Raízen (Raízen/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de agosto de 2021 às 07h05.
Última atualização em 5 de agosto de 2021 às 09h34.
O mercado internacional inicia esta quinta-feira, 5, com o apetite por risco predominando nas bolsas de valores, que avançam em meio à agenda de resultados do segundo trimestre e à espera de divulgações macroeconômicas.
No mercado de futuros americano, o S&P 500 sobe 0,25%, após a frustração com dados do ADP de variação de empregos privados terem levado o índice para o negativo no último pregão.
Nesta quinta, investidores devem retomar as atenções para o ritmo do mercado de trabalho americano, com a divulgação dos pedidos semanais de seguro desemprego. Previsto para às 9h30, o mercado espera por 384.000 pedidos. Em três das últimas quatro semanas, os números surpreenderam para cima.
Na Europa, o Stoxx 600 caminha para seu quarto recorde consecutivo, enquanto investidores repercutem a alta acima do esperado de encomendas da indústria alemã e aguardam pela decisão de juros do Banco da Inglaterra (BC do Reino Unido). A expectativa é de manutenção da taxa atual de 0,10%.
Na última noite foi a vez do Brasil definir sua taxa de juros, com o Comitê de Política Monetária (Copom) optando por uma alta de 1 ponto percentual. A decisão foi em linha com as expectativas do mercado, assim como o comunicado mais duro por parte do Banco Central.
Com objetivo de elevar os juros para um patamar “acima do neutro”, o Copom sinalizou mais uma alta de 1 ponto percentual na próxima reunião, em setembro, e destacou o caráter “persistente” da inflação.
Com estimativas de IPCA para 2022 acima do centro da meta, a decisão e a postura mais dura do BC foram agraciadas pelo mercado, que via o movimento como necessário para a ancoragem das expectativas de inflação.
A alta de juro tende a beneficiar o real, que teve um dos melhores desempenhos da véspera, apesar do cenário de aversão ao risco no mercado de câmbio.
Na bolsa, as ações da Raízen (RAÌZ4) estreiam nesta quinta, após a empresa ter feito o maior IPO da América Latina neste ano, movimentando 6,9 bilhões de reais. Do total arrecadado, a empresa espera utilizar 80% no aumento da produção de produtos renováveis e em sua capacidade de comercialização. Os outros 15% devem ficar com investimentos em logística e os 5% restantes devem ser usados para maior eficiência dos parques de bioenergia
Apesar do grande volume, a oferta saiu no piso da faixa indicativa, a 7,40 reais. Após a precificação da oferta, a Cosan (CSAN3), que tem participação na Raízen, ficou entre as piores quedas do último pregão, com desvalorização de 4%.
Ao longo do pregão, investidores irão repercutir o resultado da Petrobras (PETR3/PETR4), que saiu na noite de ontem. No segundo trimestre, a estatal teve lucro líquido de 42,86 bilhões de reais ante o consenso da Bloomberg de 29,41 bilhões de reais. A empresa ainda superou as estimativas em Ebidta, que ficou em 61 bilhões de reais, e em suas vendas de 110,71 bilhões de reais. Com o forte resultado, as ADRs da Petrobras disparam 10,5% no pré-mercado americano.
Recheada de resultados, a última noite ainda contou com os resultados da Braskem (BRKM5), Totvs (TOTS3), Sinqia (SQIA3), Banco do Brasil (BBAS3), Tegma (TEGM3), BR Properties (BRPR3), Quero-Quero (LJQQ3) e AES Brasil (AESB3).
Está previsto para esta noite os balanços de BK Brasil (BKBR3), Eneva (ENEV3), Engie (EGIE3), Hering (HGTX3), JSHF (JSHF3), Ouro Fino (OFSA3), São Carlos (SCAR3), Tenda (TEND3) e Tupy (TUPY3).