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Reação à Vale, S&P rebaixa Light, alta do dólar, cautela pré-Carnaval e o que mais move o mercado

Bolsas caem no exterior em meio à expectativa por juros mais altos nos Estados Unidos

Trem da Vale em Carajás, no Pará  |  Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Trem da Vale em Carajás, no Pará | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 07h49.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2023 às 08h06.

O mercado internacional estende as perdas da véspera nesta sexta-feira, 17, com investidores precificando um cenário de juros mais altos nos Estados Unidos. O movimento é motivado por dados divulgados nesta semana, com as vendas do varejo americano e a inflação ao produtor dos Estados Unidos superando as projeções do mercado.

Falas do presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, também impõem maior pessimismo nas negociações. Bullard, considerado um dos mais duros do banco central americano, reforçou em declarações da última tarde que o Fed continuará subindo as taxas de juros para assegurar a desinflação da economia americana. Bullard ainda afirmou que na última reunião defendeu uma elevação mais expressiva, de 0,50 ponto percentual contra a de 0,25 p.p. efetuada pelo Fed.

Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,52%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,73%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,96%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,24%
  • DAX (Frankfurt): - 0,90%
  • CAC 40 (Paris): - 0,73%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: - 1,28%

Dólar em alta

Enquanto as bolsas recuam em meio a preocupações de juros mais altos nos Estados Unidos, o dólar dá continuidade ao movimento de alta. O DXY, índice que mede a variação da moeda americana contra uma cesta de divisas desenvolvidas, opera na máxima desde a primeira semana do ano.

Os Índices de Wall Street, que caíram mais de 1% no último pregão, voltam a cair no mercado de futuros. Apesar do cenário externo negativo, a bolsa brasileira conseguiu fechar em alta na véspera, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva moderar o tom dos ataques ao Banco Central em entrevista à CNN.

Lula x BC

Após duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, Lula afirmou que "não interessa brigar com um cidadão que é presidente do Banco Central". Lula, no entanto, voltou  a falar sobre a possibilidade de acabar com a autonomia do BC "se [a economia] não melhorar". Lula também disse que quer levar o banqueiro para conhecer áreas miseráveis do país, como uma forma de sensibilizá-lo a reduzir a taxa de juros. Mas o mercado se agarrou no copo meio cheio.

Com o pregão de ontem, o Ibovespa acumula ganho de 1,7% na semana, marcada pelo tom mais brando na relação entre governo e Banco Central. No mercado, já tem economista apelidando a alta da semana de "rali do cachimbo da paz".

Cautela pré-Carnaval

A preocupação é a chama do cachimbo apagar, o que pode impor maior cautela nesta sexta, o último dia de negociação antes da pausa para o Carnaval. Depois de hoje, a bolsa só voltará a abrir na quarta-feira, 22, às 13h. Diante de um cenário político estável, parte dos investidores deverá buscar algum tipo de proteção para não ser surpreendido na volta aos trabalhos, na próxima semana. Na memória de investidores, afinal, ainda segue fresca a lembrança do pós-Carnaval de 2020.

Vale supera consenso para o 4º tri e anuncia dividendos

No pregão desta sexta, investidores ainda deverão reagir aos números apresentados pela Vale (VALE3) na última noite. A mineradora apresentou lucro líquido de US$ 3,7 bilhões em balanço do quarto trimestre, 30% abaixo do registrado no mesmo período de 2021. Embora impactado pela queda do minério de ferro, o resultado saiu acima do previsto pelo mercado. A companhia também anunciou que irá distribuir R$ 8,13 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 2,12 por ação. Nos Estados Unidos, as ADRs da Vale são negociadas em queda de 0,35% no pré-mercado.

S&P rebaixa Light

A agência de classificação de risco S&P rebaixou a nota de crédito da Light (LIGT3) de "brA-" para "brBB-". A agência também cortou a nota de emissor de curto prazo da companhia de "brA-2" para "brB" e colocou todos os ratings na listagem CreditWatch com implicações negativas. A empresa busca obter um waiver dos credores da 3ª emissão de debêntures da Light Energia e da 8ª emissão da Light Sesa.

"Poderemos rebaixar os ratings em múltiplos degraus caso as assembleias de debenturistas não aprovem o waiver. Além disso, poderemos rebaixar os ratings da Light SESA caso o seu controlador, a Light, dec ida reestruturar a dívida do grupo", afirmou a S&P.

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