Código QR para rastreamento de contatos Covid-19 exibido na entrada de uma estação de metrô em Xangai, China (Qilai Shen/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 07h30.
Última atualização em 5 de dezembro de 2022 às 08h54.
Bolsas da Ásia fecharam em forte alta na madrugada desta segunda-feira, 5, após grandes cidades da China terem anunciado o relaxamento de medidas anticovid no fim de semana. Habitantes de Xangai poderão ter acesso a locais como praças e parques sem terem que apresentar o teste PCR. O teste também deixou de ser exigido para o uso de transportes públicos, segundo a AFP. Além de Xangai, Pequim, Tianjin, Shenzhen e Chengdu reduziram os níveis de restrições. As novas regras passaram a valer já nesta segunda.
O afrouxamento das medidas de restrição ocorre uma semana após a onda de protestos na China contra a política de covid zero do governo local. A queda de restrições no país também tem sido bastante aguardada por investidores, que, com a reabertura, esperam pela aceleração da economia chinesa. A bolsa de Xangai iniciou a semana com alta de 1,76%, mas o grande destaque foi a bolsa de Hong Kong, que disparou 4,51% nesta segunda.
Parte do otimismo com a China foi transferido para os mercados do Ocidente. Mas temores de que as taxas de juros e inflação permaneçam altas por mais tempo nos Estados Unidos mantêm a cautela no mercado de futuros americano e na Europa, onde os principais índices operam próximos da estabilidade.
Por trás do maior pessimismo ainda estão os dados do mercado de trabalho, que voltaram a sair acima das expectativas nos Estados Unidos. O payroll, de sexta-feira, 3, revelou a criação de 263.000 empregos urbanos, cerca de 30% acima do esperado, enquanto a taxa de desemprego se manteve em 3,7%. O salário médio por hora subiu 5,1% na comparação anual, acima das expectativas. A preocupação do mercado é de que a falta de mão obra disponível cause uma pressão cada vez maior por salários mais altos, retroalimentando a inflação.
Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):
No Brasil, seguem no radar dos investidores as discussões envolvendo a PEC de Transição e seus potenciais efeitos fiscais. Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pautou a PEC para ir à votação na quarta-feira, 7. Mas para isso o texto ainda precisa do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ainda segundo a Folha, senadores bolsonaristas já sinalizaram que podem pedir vista do texto na CCJ, o que adiaria o processo de votação.
Também há grande expectativa no mercado brasileiro para o anúncio dos ministros que irão compor o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta, porém, o presidente eleito afirmou que não irá anunciar os nomes antes do dia 12, data de sua diplomação presidencial. A grande expectativa é de que o ex-prefeito Fernando Haddad assuma o Ministério da Fazenda.
O Conselho de Administração da Alpargatas aprovou a emissão de R$ 800 milhões em debêntures simples em até duas séries. Os rendimentos das debêntures da primeira e segunda série serão de 100% do DI + 1,35% e 100% do DI + 1,50% ao ano, respectivamente. O prazo de vencimento da debênture de primeira série será de 5 anos e o prazo da de segunda série será de 7 anos.
A empresa de banda larga Desktop anunciou aumento de capital privado de R$ 120 milhões a R$ 300 milhões em ações. O preço da emissão será de R$ 9,00 -- 9,64% abaixo da cotação do último fechamento. O cáuculo do direito de subscrição das novas ações terá como base a posição acioniária de quarta-feira, 7 de dezembro. O prazo do exercício do direito de subscrição será entre 8 de dezembro e 23 de janeiro.
O dinheiro arrecadado na operação, segundo a Desktop, será utilizado para viabilizar a aceleração de seu crescimento orgânico e inorgânico.