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Ray Dalio alerta sobre crise da dívida dos EUA: 'O mundo não vai querer comprar'

Bilionário dos fundos de hedge declarou que existe um problema "muito grave" de oferta e demanda, e que os EUA precisam vender uma quantidade de dívida que o mundo não vai querer comprar

Janaina Camargo
Janaina Camargo

Redatora na Exame

Publicado em 12 de março de 2025 às 08h32.

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, voltou a emitir alertas sobre o crescente problema da dívida dos Estados Unidos, que ultrapassa US$ 36,2 trilhões. Em uma conferência da CNBC realizada nesta quarta-feira, 12, em Singapura, o bilionário e renomado investidor destacou os graves riscos econômicos que podem surgir dessa situação e seus efeitos na economia global.

Dalio afirmou que os EUA enfrentam um problema "muito grave" de oferta e demanda de dívida, e que o país terá que vender uma quantidade tão grande de títulos que o mundo simplesmente não será capaz de comprar. Ele projetou que o déficit dos EUA precisará ser reduzido de 7,2% do PIB para cerca de 3% para evitar consequências negativas.

O bilionário comparou a situação atual à da Alemanha na década de 1930, quando o país passou por uma redução da dívida, acompanhada pelo aumento das tarifas para gerar mais receita e fortalecer sua base econômica. "Seja nacionalista, seja protecionista, seja militarista. É assim que essas coisas funcionam", observou Dalio.

Embora Dalio tenha enfatizado sua neutralidade política, ele reconheceu que o verdadeiro desafio é o crescente confronto econômico entre potências mundiais. Ele advertiu que a imposição de tarifas comerciais, como as implementadas pelo ex-presidente Donald Trump, pode resultar em intensas disputas econômicas entre os países, não em confrontos militares. Trump, em declaração recente, afirmou que as novas tarifas podem ultrapassar 25% e que essas medidas estão tendo um impacto altamente positivo para os EUA.

Este cenário de crescente protecionismo e tensões econômicas tem gerado preocupações sobre como os Estados Unidos lidaram com sua dívida crescente e os potenciais reflexos disso para o comércio global e as economias de outros países.

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