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Randon, Tegma, Cosan e Duratex sobem com IPI reduzido

Governo anunciou a prorrogação do imposto reduzido para carros flex e zerou o tributo sobre móveis

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2011 às 19h07.

Na Bovespa, as maiores beneficiadas pela prorrogação do IPI reduzido para carros bicombustíveis e caminhões foram a Cosan, a Randon e a Tegma. Por volta das 15h55, as ações ordinárias da Cosan (CSAN3, com direito a voto), a maior produtora de etanol do Brasil, disparavam 4,10%, negociadas a 20,56 reais.</p>

Já as preferenciais da fabricante de carrocerias Randon (RAPT4, sem direito a voto) subiam 2,25%, para 14,52 reais. Os papéis ordinários da Tegma (TGMA3), dona da maior frota de caminhões para o transporte de veículos no Brasil, saltavam 5,57%, para 13,27 reais. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, operava com alta de 0,72%, a 67.799 pontos.

Na noite desta terça-feira (24/11), o ministro daFazenda, Guido Mantega, anunciou que o governo decidiu prorrogar a redução do IPI para os veículos bicombustíveis até março do ano que vem. A redução do IPI fora adotada em dezembro do ano passado, com o objetivo de incentivar as vendas de automóveis em meio à grave crise econômica que sacudiu o mundo nos últimos meses.

O benefício terminaria em dezembro. Agora, os veículos 1.0 seguirão com a alíquota de 3% até 31 de março de 2010. Já os modelos 2.0 continuarão pagando 7,5% de imposto. Veículos acima dessa cilindrada pagarão 18%. Para os automóveis movidos apenas a gasolina, a alíquota subirá de 3% para 5% em dezembro para os modelos 1.0.

A partir de janeiro, esses carros voltarão a pagar 7% de imposto. Para veículos 2.0, a taxa subirá de 9,5% para 11% em dezembro e, depois, para 13%. Acima dessa cilindrada, o IPI segue em 25%.

 

De acordo com relatório da corretora Link, a prorrogação do IPI reduzido é positiva “também para a indústria de açúcar e álcool, já que deveremos ver veículos flex ganharem ainda mais espaço na frota brasileira”. Maior produtora de álcool combustível do país, a Cosan é apontada como a principal beneficiada da medida.

 


Para os caminhões, a alíquota do IPI permanecerá zerada até junho do próximo ano. O objetivo do governo é estimular a renovação da frota brasileira – hoje com idade média de 18 anos. “A Randon sofreu muito com a crise, mas é uma empresa bem gerida, com bons fundamentos e papéis baratos”, afirma Felipe Miranda, analista da Empiricus, uma casa independente de research.

No acumulado até setembro, a receita líquida da empresa recuou 25% sobre o mesmo período do ano passado, para 1,7 bilhão de reais. O faturamento menor refletiu a freada das encomendas, atingidas pela recessão mundial. Mas, agora, a companhia dá sinais de reação. “A carteira da Randon já está vendida até fevereiro do próximo ano, e os números do quarto trimestre devem ser melhores”, afirma Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

Siderúrgicas

Ao lado dos fabricantes de eletrodomésticos, o setor automotivo é o principal cliente das siderúrgicas. Por isso, qualquer estímulo à venda de veículos é visto como benéfico às produtoras de aço. Mas a prorrogação do IPI menor terá pouco efeito sobre os papéis das duas principais fabricantes de aços planos do país – a Usiminas e a CSN.

A percepção já é expressa no pregão desta quarta-feira (25/11). Enquanto a Cosan e a Randon operam com fortes altas, as ações preferenciais da Usiminas (USIM5, sem direito a voto) subiam 0,97% por volta das 15h55, negociadas a 50,77 reais. Já as ordinárias da CSN (CSNA3, com direito a voto) avançavam 0,86%, a 59,88 reais.

Embora o desempenho esteja acima do Ibovespa no mesmo instante, é um indício de que os investidores não enxergam muito espaço para uma forte valorização do setor no curto prazo. O banco britânico Barclays, por exemplo, divulgou relatório em que reconhece os benefícios da prorrogação do IPI para o setor, mas destaca que “isso não significa que consideramos que os papéis das siderúrgicas brasileiras estejam baratos”.

O Barclays considera que, no curto, a decisão do governo favoreça os papéis da Usiminas. Galdi, da SLW, lembra que, no acumulado deste ano, as preferenciais da Usiminas já subiram 96,2%, acima do Ibovespa, que avançou 86,5%. “A perspectiva de longo prazo do setor é positiva, mas, em algum momento, os papéis devolverão parte desses lucros”, diz.

Móveis

O governo também anunciou, na tarde esta quarta-feira, que o setor moveleiro terá isenção de IPI até 31 de março. Os produtos beneficiados serão os móveis de madeira, aço, plástico. As placas de madeira usadas na construção civil também foram incluídas. Entre as empresas listadas na Bovespa, a medida favorecerá diretamente duas – a Duratex e a Eucatex.

As ações ordinárias da Duratex (DTEX3, com direito a voto) responderam com um salto de 4,39% à noticia, sendo negociadas a 15,23 reais. Já a Eucatex, que anunciou recentemente a conclusão de sua recuperação judicial, viu suas ações preferenciais (EUCA4, sem direito a voto) subirem 2,60%, para 5,52 reais.

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