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Rajaratnam terá 11 anos para explicar o seu "críquete" para Madoff na cadeia

Ex-gestor do hedge fund Galleon construiu a sua fama com o uso de informações privilegiadas, que ele dizia tratar-se de conversas cobre críquete

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 18h04.

São Paulo – O co-fundador do fundo de investimentos Galleon, Raj Rajaratnam, terá bastante tempo para explicar para o seu possível colega de cadeia, Bernard Madoff, como construiu a sua fama de bom investidor em Wall Street com o uso de informações privilegiadas. Ele foi sentenciado hoje a 11 anos de reclusão na maior pena já conferida para um crime desse tipo.

O juiz Richard J. Holwell, além de sentenciar o bilionário a mais de uma década longe de qualquer coisa parecida com uma mesa de negociações, ordenou ainda o pagamento de 10 milhões de dólares em multas e 53,8 milhões de dólares em indenizações. A defesa do investidor pediu que a pena seja cumprida no complexo federal de Butner, o mesmo onde Madoff está preso.

Rajaratnam ainda saiu no “lucro”. Os promotores pediram uma pena de 24 anos e 5 meses para ele. Segundo a acusação, o ex-executivo teria faturado ou evitado perdas no valor de 72 milhões de dólares com base nas informações que conseguia de maneira ilegal. Os seus advogados, contudo, alegavam que os ganhos seriam de 7,46 milhões de dólares.

Amor pelo críquete

Em maio deste ano, informações publicadas pela Bloomberg revelaram que o investidor já era investigado desde 2007. As maneiras pelas quais ele conseguia manipular o mercado eram bastante curiosas, segundo os detalhes de uma conversa que teve com um analista da RBC Capital Markets.

"AMD em 1º de agosto, agora no dia 13", disse Rajaratnam no dia 2 de agosto de 2006. O analista do RBC respondeu: "Ei, para os tíquetes é preciso escolher o pacote B?". Quando perguntado sobre o real conteúdo da conversa pelo advogado da SEC (Securities and Exchange Commission), Andrew Michaelson, durante uma audiência realizada em junho de 2007, o gestor respondeu: "Nós iríamos assistir críquete em Trinidad".

Sobre o "pacote B", o investidor disse que estava relacionado aos pacotes da viagem. As negociações com informações privilegiadas teriam sido realizadas em papéis do Google, a cadeia de hotéis Hilton, AMD e Sun Microsystems.

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