Raízen: companhia divulga prévia operacional da safra 1T25/26 (Getty Images/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 25 de julho de 2025 às 09h57.
Última atualização em 25 de julho de 2025 às 10h34.
A prévia operacional da Raízen (RAIZ4) mostrou que, apesar de a moagem de cana ter diminuído, a venda de açúcar próprio aumentou no primeiro trimestre da safra 2025/2026, que corresponde ao período de abril a junho.
A moagem de cana foi de 30,9 milhões de toneladas na safra no primeiro trimestre de 2024/2025 para 24,5 milhões de toneladas nesta safra – um recuo de 20,7%. Segundo a companhia, as chuvas ao longo do trimestre reduziram o ritmo da moagem e limitaram a diluição de custos no período.
A produtividade medida em toneladas por hectare (TCH) também caiu, passando de 88 para 78 em um ano. Já o Açúcar Total Recuperável (ATR) — que indica a quantidade de quilos de açúcar extraída por tonelada de cana processada — registrou uma queda mais suave, passando de 124 para 121 no primeiro trimestre da safra 2025/2026.
O resultado foi que a produção de açúcar equivalente caiu de 3,67 milhões de toneladas para a faixa 2,79 a 2,82 milhões.“Impactos climáticos e queimadas ao longo da safra passada prejudicaram o desenvolvimento dos canaviais e reduziram a produtividade agrícola. Qualidade da cana viabilizou a maximização da produção de açúcar”, afirma a companhia.
A menor moagem de cana e, consequentemente, a menor disponibilidade de biomassa no período refletiu-se em bioenergia: as vendas de energia elétrica própria caíram de 683 mil Megawatt-hora para 537 Megawatt-hora entre o primeiro trimestre da safra 2024/2025 e o mesmo período da safra 2025/2026.
Mas mesmo com a piora na produção de cana, a venda de açúcar saltou de 765 mil toneladas no período equivalente para 995 mil toneladas, aumento de 30% em 12 meses. Colaborou para isso o aumento da parcela de açúcar no mix de produção (% açúcar/etanol): 50%/50% na safra 24/25 para 52%/48% na safra 25/26.
Houve uma redução na venda de etanol próprio, de 672 mil metros cúbicos para 492 mil metros cúbicos – uma queda 27%. Entretanto, a Raízen afirma que o volume está em linha com a menor produção e estratégia de vendas para o ano. “Preços de venda em patamar similar aos praticados no mercado”, pontua.
Na área de distribuição de combustíveis, onde a companhia administra a rede de postos Shell no Brasil e na Argentina, o desempenho se manteve praticamente estável, segundo os números da prévia operacional.
O volume comercializado no Brasil subiu levemente de 6,708 milhões de metros cúbicos para a faixa entre 6,72 e 6,8 milhões de metros cúbicos. No documento, a companhia explica que o volume comercializado está em linha com plano de expansão para o ano, mas a rentabilidade foi impactada por efeitos negativos de inventário.
Já na Argentina, o volume de combustíveis comercializa caiu levemente, de 1,828 milhões de metros cúbicos na safra 24/25 para a faixa 1,72 - 1,76 milhões de metros cúbicos na safra 25/26. Assim como no Brasil, a empresa afirma que a rentabilidade foi impactada pela manutenção programada da refinaria e houve efeitos negativos de inventário.