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Raízen e Cosan registram forte alta na bolsa. O motivo vai além da saída do Oxxo

Fim da parceria com a Femsa, vendas de ativos e conversas por novos sócios explicam o salto das ações

Raízen: há interessados em fatias da companhia, dizem jornais (Raízen/Divulgação)

Raízen: há interessados em fatias da companhia, dizem jornais (Raízen/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 17h28.

Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 18h09.

A distribuidora de combustíveis Raízen (RAIZ4) chegou a subir 7% nesta quinta-feira, após a notícia que encerrou a parceria com a mexicana Femsa, operadora da rede Oxxo, de varejo de conveniência. Sua acionista, o conglomerado de energia Cosan (CSAN3), também registrou forte avanço, liderando as altas do Ibovespa. No final do pregão, RAIZ4 fechou com alta de 1,97%, enquanto CSAN3 subiu 5,93%.

A cisão da joint venture de varejo é um dos motivos para a ação subir — já que ajuda no caixa. Assim como a venda das usinas Rio Brilhante e Passa Tempo que anunciou há dois dias, numa transação de R$ 1,54 bilhão.

É parte de um plano de desinvestimento maior, que já soma R$ 3,8 bilhões. No dia 24 de julho, por exemplo, a companhia anunciou a venda de usinas de geração distribuída por R$ 600 milhões para a Thopen Energia e Gera Holding Desenvolvedora.

A companhia soma uma dívida que chegou a R$ 34,26 bilhões no último resultado trimestral reportado, com uma alavancagem em 3,2 vezes a dívida líquida/Ebitda no fim do último ano safra de 2024/2025, a maior do grupo Cosan.

Mas há mais em jogo: interessados em capitalizar a Raízen. Um deles é a Mitsubishi, segundo a Bloomberg, que teria contratado o Morgan Stanley para avaliar o investimento na sucroalcooleira.

A Cosan e a Shell haviam anunciado na última terça-feira, 2, possíveis investidores interessados em capitalizar a Raízen, mas o comunicado ao mercado não afirmava ter acordo vinculante ou mesmo entendimento com alguma empresa.

Outros nomes também estariam no páreo. Segundo apuração do Pipeline, o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) e a Itaúsa também estão avaliando comprar uma fatia da Raízen. Para além da Mitsubishi, também estaria a japonesa Mitsui.

Além das tratativas para capitalizar a Raízen, a Cosan também atraiu o interesse de grandes investidores para uma potencial injeção de recursos na própria holding, apurou o Pipeline.

Parceria com a Femsa

A Raízen tem dois controladores, a Cosan (CSAN3) e a Shell, cada uma detendo 44% do capital.

Nesta quinta-feira foi anunciada uma separação da joint venture entre Raízen e Femsa, chamado Grupo Nós, que operavam 611 mercados de proximidade do Oxxo e um Centro de Distribuição dedicado à rede, localizado em Cajamar, na Grande São Paulo. Além disso, também há 1.256 lojas de conveniência Shell Select e Shell Café, integradas à rede de postos Shell.

A dissolução da joint venture ainda depende de aprovação do Cade e a conclusão da operação deve ocorrer nos próximos meses, afirmou o Grupo Nós nas redes sociais. Caso aprovado, a Raízen ficará com a operação das lojas de conveniência Shell e a Femsa ficará com a operação da rede Oxxo e do CD.

A saída do negócio faz parte da estratégia da companhia de simplificação de portfólio.

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