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Quem subiu e desceu na bolsa com os resultados desta terça

MRV, Marfrig, Cyrela, OGX e Magazine Luiza estão entre as empresas que apresentaram os números

O Marfrig, de Marcos Molina, conseguiu subir 5% após os resultados (Gustavo Kahil/EXAME.com)

O Marfrig, de Marcos Molina, conseguiu subir 5% após os resultados (Gustavo Kahil/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 17h32.

São Paulo – Em mais um dia de fortes tensões por conta das dúvidas sobre o futuro da zona do euro, a bolsa brasileira voltou a cair. O Ibovespa encerrou o dia em baixa de 2,25%, aos 56.237 pontos, e zerou os ganhos do ano. O dólar comercial subiu e encerrou a terça-feira em alta de 0,58%, cotado a 2,001. É o maior nível atingido desde julho de 2009. Confira abaixa a opinião dos analistas para os principais resultados do dia, além da repercussão das ações:

Marfrig (MRFG3) +5,25%

A Marfrig foi uma das únicas empresas que conseguiu se manter em pé no pregão após apresentar seus números – e ainda se destacou como maior alta do Ibovespa. A empresa encerrou o primeiro trimestre de 2012 com lucro líquido de 34,5 milhões de reais, alta de 46,7% sobre os 23,5 milhões de reais registrados no mesmo intervalo de 2011. Os números, somados a uma redução nos custos, levaram a companhia a registrar durante o pregão seu maior ganho em dois meses

"Apesar do ainda alto nível de endividamento e do fluxo de caixa negativo, vemos como positiva a evolução dos negócios da Marfrig no trimestre. Entendemos que o câmbio favorável deve contribuir com as exportações daqui em diante e não descartamos novos movimentos de desinvestimento", destaca Henrique Koch, analista do BB Investimentos.  

MRV (MRVE3) -15,05%

A MRV foi destaque de queda no Ibovespa após divulgar seus números. O lucro líquido da construtora recuou 23,9%, para 116 milhões de reais. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 191 milhões de reais, uma queda de 30% na comparação com o ano anterior. A margem operacional (Ebitda dividido pela receita líquida) ficou em 19%, baixa de 6,1 pontos percentuais na mesma base de comparação.

Esteban Polidura e Caimi Reis, analistas do Deutsche Bank, reduziram a avaliação para as ações da empresa. O preço-alvo para os papéis passou de 15 reais para 13 reais, ajustado pelas novas expectativas para os próximos balanços da companhia. “Reduzimos a nossa estimativa de lucro por ação para 2012 em 9% para contabilizar a nossa expectativa de menores margens operacionais do que as previstas anteriormente”, ressaltam os analistas do banco.

Cyrela (CYRE3) -0,84%

Difícil encontrar sobreviventes na bolsa após os balanços divulgados entre a noite de ontem e a manhã de hoje. Por boa parte do dia, a Cyrela foi uma das poucas que conseguiu registrar alta, mas a tendência foi revertida e a companhia terminou em queda. Na noite de segunda-feira, a empresa anunciou lucro líquido de 118 milhões de reais para o primeiro trimestre, quase 60 por cento superior ao ganho de um ano antes. 


Um dos destaques positivos do balanço, segundo analistas do HSBC, foi o consumo de caixa da companhia, que diminuiu 96% no trimestre e ficou abaixo das expectativas, contrário do que aconteceu com outras empresas do setor. Em relatório enviado para clientes, os analistas Felipe Rodrigues e Leonardo Martins mantém a classificação neutra para os papéis, com preço-alvo estimado em 20 reais.

OGX (OGXP3) -7,8%

A OGX, empresa de petróleo e gás de Eike Batista, diminuiu seu prejuízo no primeiro trimestre do ano em 56% na comparação com o último trimestre de 2011. Como a OGX não teve operação comercial no trimestre, a notícia de um prejuízo menor não reflete tão positivamente quanto poderia refletir em outras companhias. Na visão de analistas, significa apenas que os custos da empresa diminuíram.

Para Marcus Sequeira e Luiz Fonseca, analistas do Deutsche Bank, a notícia de comercialidade de parte do campo de Waimea foi o que mais pesou negativamente nos papéis da companhia, já que o volume declarado ainda é limitado. Em relatório para clientes, eles mantiveram a recomendação de manutenção para os papéis, com preço-alvo de 18 reais.

Magazine Luiza (MGLU3) -10,09%

Embora tenha registrado boas vendas e crescimento de 27,5% na receita líquida, a rede varejista Magazine Luiza terminou o primeiro trimestre do ano com um prejuízo de 40,7 milhões de reais, revertendo o lucro obtido um ano antes. Os papéis terminaram o pregão com forte queda. Os analistas da Fator Corretora atribuíram a desvalorização aos resultados.

“Acreditamos que apesar do múltiplo atrativo em que estão sendo negociadas as ações do Magazine Luiza, o fraco resultado operacional divulgado pela companhia deverá ter efeito negativo sobre o desempenho das ações no curto prazo”, afirmaram Renato Prado e Ronaldo Kasinsky em relatório enviado para clientes.

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