Goldman Sachs: tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, têm feito o dólar se desvalorizar frente a outras moedas (Getty Images/Getty Images)
Redator
Publicado em 16 de julho de 2025 às 14h32.
Empresas listadas nos Estados Unidos com receitas recorrentes globais estão se beneficiando da perda de valor do dólar. É o que diz um relatório do Goldman Sachs.
As tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, têm feito o dólar se desvalorizar frente a outras moedas, o que ampliou os ganhos de companhias mais expostas ao cenário internacional.
Como as moedas estrangeiras se apreciam frente ao dólar, as empresas que realizam a maior parte das vendas fora dos EUA estão recebendo um grande impulso nas bolsas de valores americanas. No acumulado do ano, a guerra tarifária de Trump levou o índice do dólar americano a cair quase 9%.
O impacto nos preços das ações tem sido perceptível, constatou o Sachs. Até o momento, neste ano, a cesta de ações com altas vendas internacionais está superando o desempenho do grupo com altas vendas domésticas, em 11% e 4%, respectivamente.
A cesta de 50 empresas com exposição internacional tem participação mediana de 70% nas vendas internacionais. Embora tenha representantes de todos os 11 setores do mercado, os maiores ganhos estão concentrados em empresas de tecnologia da informação, com 17 ações.
A Las Vegas Sands (LVS), por exemplo, viu os papéis subirem mais de 20% no intervalo de um mês. A empresa do setor de cassinos faturou US$ 11,2 bilhões em 2024, sendo que 100% de sua receita vem do mercado externo. Já a Booking Holdings, do setor de turismo, viu as ações subirem mais de 10% no mesmo período. Hoje, 90% da receita multibilionária da empresa vem de fora dos EUA.
Outras empresas apontadas no relatório do Sachs, com possibilidades de surfar esse movimento, são a fabricante de cigarros Phillip Morris, que tem 100% da receita proveniente de outros países; a companhia de tecnologia Schlumberger (SLB), com 85% das vendas fora dos EUA; a NXP, de semicondutores, com 93% do faturamento no cenário externo; e a Teradyne, também do mercado de semicondutores, com 87% da receita proveniente de outras localidades.