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Queda de braço de Lira e Pacheco, IPCA-15, atividade econômica global e o que mais move os mercados

Sem tantas novidades do mercado externo, o investidor brasileiro se concentra nos problemas "do seu quintal"

Ibovespa ficou abaixo do patamar de 100 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa ficou abaixo do patamar de 100 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 24 de março de 2023 às 07h37.

Última atualização em 24 de março de 2023 às 10h12.

Enquanto as bolsas internacionais caem novamente com o temor de crise bancária, o mercado brasileiro segue lidando com seus dilemas, que levaram o principal índice da Bolsa ao patamar de 97,9 mil pontos, o menor desde julho de 2022. 

Sem tantas novidades do mercado externo, o investidor brasileiro se concentra nos problemas "do seu quintal". Depois do Copom decidir manter os juros a 13,75% e não sinalizar espaço para queda em seu comunicado, o governo também subiu o tom. O presidente Lula fez críticas a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e disse que o Senado tem que "cuidar" do assunto.

Além do conflito com o BC, o governo vai tentar intervir em uma queda de braço entre o presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O núcleo político do governo vai se reunir hoje para encontrar uma solução para o impasse entre os dois que está travando a tramitação de medidas provisórias.

No noticiário corporativo, o grande destaque está para a compra do Hermes e Pardini (PARD3) pelo Fleury (FLRY3), que acaba de ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sem restrições.

Desempenho dos indicadores perto das 7h (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): -0,89%
  • S&P 500 futuro (Nova York): -0,84%
  • Nasdaq futuro (Nova York): -0,55%
  • DAX (Frankfurt): -1,97%
  • CAC 40 (Paris): -2,05%
  • FTSE 100 (Londres): - 1,99%
  • Stoxx 600 (Europa): -1,59%
  • Hang Seng (Hong Kong): -0,67%

Guerra contra o BC e disputa entre Lira e Pacheco

Depois do Copom decidir manter os juros a 13,75% e não sinalizar espaço para queda em seu comunicado, o governo também subiu o tom. O presidente Lula fez críticas a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e disse que o Senado tem que "cuidar" do assunto.

O sintoma de guerra do governo contra o presidente do BC e sua equipe se espalha até mesmo para outras instituições públicas. Ontem, a presidente da Caixa, Rita Serrano, criticou a decisão do Copom e disse que os juros altos têm impactado o funding e a capacidade de financiamento do banco. 

Além do conflito com o BC, o governo vai tentar intervir em uma queda de braço entre o presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Lula convocou uma reunião para a manhã desta sexta-feira, 24, no Palácio do Planalto com seu núcleo político mais próximo para tratar do impasse entre a Câmara e o Senado sobre procedimentos para tramitação de medidas provisórias.

IPCA-15 de março

Hoje o mercado espera os números do IPCA-15 de março, previstos para divulgação às 9h. A perspectiva do mercado é que haja uma desacelereação para algo em torno de 0,67%. Em fevereiro, o indicador de inflação avançou 0,76%. O indicador é considerado uma prévia da inflação do mês, pois o período de coleta de preços vai do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês atual. 

Cade aprova compra do Hermes Pardini pelo Fleury

Fleury (FLRY3) e o Hermes Pardini (PARD3) informaram em fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 23, que a superintendência geral do Cade aprovou a combinação de negócios entre as companhias sem restrições.

No exterior, medo da crise bancária e atividade industrial e de serviços

Hoje, o mercado externo avalia divulgação de dados da atividade industrial e de serviços nos EUA, Reino Unido e na zona do Euro. Mas a grande atenção está novamente para os bancos. Ontem, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou que medidas de emergência podem ser implantadas novamente em meio a preocupações com bancos americanos.

Nas bolsas europeias, o destaque negativo é o Deutsche Bank, cujas ações caíam cerca de 13% em Frankfurt às 7h do horário de Brasília.

Como o Ibovespa fechou ontem?

O Ibovespa caiu 2,3% nesta quinta-feira, 23, e perdeu o patamar simbólico dos 100.000 pontos pela primeira vez desde julho do ano passado. A queda veio após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.

O índice fechou o pregão aos 97.926 pontos, seu menor patamar desde 18 de julho do ano passado, quando registrou 96.916 pontos.

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