Mercados

Queda das ações da Petrobras é exagerada, diz Santander

As questões levantadas pelo mercado não representam nenhuma novidade”, diz analista

Para Santander, estatal deve continuar a se valorizar apoiada nos fundamentos (Divulgação)

Para Santander, estatal deve continuar a se valorizar apoiada nos fundamentos (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 14h15.

São Paulo - Ao contrário da maioria das manifestações de entidades do mercado até agora, o Santander enxerga uma luz no fim do túnel para a Petrobras pós-capitalização. Em relatório, o banco reiterou sua recomendação de compra para as ações da estatal e traçou estimativas positivas após o que chamou de uma "grande e bem sucedida capitalização".</p>

"A Petrobras agora se destaca como uma das apostas integradas em petróleo mais atrativas e completas em termos globais, em nossa opinião". O banco definiu o preço-alvo da ação em 41,65 reais em 2011. Entre os catalisadores da boa avaliação da empresa, foram destacados a base de ativos mais forte (auxiliada pelos barris da cessão onerosa, livres de risco de exploração), o aumento da capacidade de monetizar reservas via plano de investimentos até 2014 e o  potencial dos projetos do pré-sal.

Queda exagerada

Para o Santander, o desempenho negativo recente dos papéis da companhia foi  "exagerado". "A queda das ações na semana passada não foi justificada, em nossa opinião. As questões levantadas pelo mercado não representam nenhuma novidade e já estão precificadas", argumenta o analista Vicente Falanga Neto.

O aumento da participação do governo, por exemplo, já havia sido alertado ao mercado. "O governo  já vem aumentando sua influência, particularmente nos últimos 4 anos, e ainda assim a estatal superou a maior parte dos pares globais nesse período", argumenta Neto. O risco está num avanço ainda maior, mas este deve ser evitado pelo governo, que não desejaria a conseqüente evasão de investidores.

Outra crítica rebatida é o risco de execução dos ambiciosos projetos envolvidos no pré-sal, que seria infundado diante do histórico em projetos de grande porte. Mesmo o valor final do barril do pré-sal (US$ 8,51), considerado alto, não seria relevante para a avaliação do potencial da companhia. "Este valor representa apenas 13% de nosso preço-alvo para a Petrobras. Acreditamos que o ‘rabo (5 bilhões de barris de óleo equivalente) não deve balançar o cachorro (preocupação atual com a Petrobras), e sim o contrário".

Por fim, a ideia de que os papéis da Petrobras estão caros apenas também não seria reflexo de um ponto fraco das ações."A Petrobras foi e continuará sendo negociada a um prêmio para seus pares globais, considerando sua história mais forte em fundamentos". Outro ponto ressaltado é o aumento da visibilidade dos retornos em médio prazo, a partir de 2015. "Por isso acreditamos na importância de combinar a análise de múltiplos de curto prazo com os  múltiplos de longo prazo com base em ativos".

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasbolsas-de-valoresCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroPetrobrasPetróleo

Mais de Mercados

Menos de 15% das empresas que fizeram IPO em 2021 superam a performance do Ibovespa

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização da moeda americana deve se acelerar

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões