Mercados

Queda da Vale divide investidor local e estrangeiro, diz UBS

Aproximadamente 80% dos investidores brasileiros estão demonstrando interesse em comprar o papel após a queda

Vale: estrangeiros estão preocupados com o risco de fuga de capital por parte dos fundos de dividendos (Washington Alves/Reuters)

Vale: estrangeiros estão preocupados com o risco de fuga de capital por parte dos fundos de dividendos (Washington Alves/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 14h15.

(Bloomberg) -- Os investidores locais estão começando a ver valor nas ações da Vale após o colapso da barragem em Brumadinho no mês passado eliminar quase um quarto do valor de mercado da empresa, enquanto os investidores globais continuam céticos, segundo o UBS.

Aproximadamente 80 por cento dos investidores brasileiros estão demonstrando interesse em comprar o papel após a queda, enquanto 70 por cento dos investidores globais estão reticentes, escreveram os analistas do UBS Andreas Bokkenheuser, Marcio Farid e Cleve Rueckert em relatório de 8 de fevereiro, mencionando conversas recentes com 30 investidores.

Os estrangeiros citaram o risco de fuga de capital por parte dos fundos de dividendos, mais rebaixamentos de agências de classificação de rating e preocupações gerais sobre o fluxo negativo de notícias. A licença de operação da mina de Brucutu foi revogada após a ruptura da barragem na mina de Feijão, que resultou em pelo menos 165 mortes. O aumento do escrutínio aumentou as preocupações em relação ao tempo que a Vale levará para retomar as operações normais.

As visões divergentes sobre a Vale também refletem uma postura mais ampla dos investidores em relação ao mercado acionário brasileiro. Os investidores locais alimentaram um rali que levou o Ibovespa a novas máximas históricas neste ano, enquanto os estrangeiros retiraram mais de R$ 11 bilhões em ações brasileiras na bolsa no ano passado -- esperando por sinais concretos de progresso na agenda de austeridade fiscal.

O UBS reiterou sua recomendação neutra para o papel , enquanto reduziu o preço-alvo dos ADRs da Vale de US$ 15 para US$ 12. O banco citou interrupções recentes na produção e custos de reposição potencialmente mais altos, que devem ser parcialmente compensados pelos maiores preços do minério de ferro.

"A falta de clareza relativa à produção e licenças daqui para frente sustenta uma recomendação neutra", disseram os analistas do UBS.

Acompanhe tudo sobre:Valebolsas-de-valoresMercado financeiroInvestidoresBrumadinho (MG)

Mais de Mercados

Governo do Canadá intervém para deter greve da Air Canada

Após lucro fraco, Air Canada enfrenta greve que paralisa 200 voos diários para os EUA

O que EUA e Argentina têm em comum? Investidores veem 'paralelos preocupantes'

Do Drex à inteligência artificial 'explicável': As 5 inovações que vão mudar o mercado financeiro