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Queda da dívida faz Brasil superar legado da hiperinflação

Investidores estão migrando para os papéis de renda fixa do governo, com rendimento maior, após o Banco Central cortar a Selic para 8%

O governo vai economizar cerca de R$ 30 bilhões com o serviço da dívida neste ano graças aos cortes nos juros (Marcelo Calenda/EXAME.com)

O governo vai economizar cerca de R$ 30 bilhões com o serviço da dívida neste ano graças aos cortes nos juros (Marcelo Calenda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 14h20.

São Paulo - Os juros mais baixos da história brasileira têm ajudado nos esforços de mais de uma década do País para se desvencilhar de sua dívida atrelada a taxas flutuantes, legado da época da hiperinflação, na década de 1990.

Em maio, 34,4 por cento dos títulos de dívida do governo em mãos de fundos de investimentos brasileiros eram Letras Financeiras do Tesouro. Essa é a menor proporção já registrada desde que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima, começou a publicar esses dados em relatórios mensais, em julho de 2010. Investidores estão migrando para os papéis de renda fixa do governo, como as Notas do Tesouro Nacional série F, com rendimento maior, após o Banco Central cortar a Selic para 8 por cento no mês passado. Em 2003, a taxa era de 26,5 por cento ao ano. As NTN-F com vencimento em 2021 têm taxa de 9,5 por cento.

O governo vai economizar cerca de R$ 30 bilhões com o serviço da dívida neste ano graças aos cortes nos juros, que foram os maiores entre os integrantes do Grupo dos 20, que também permitirão reduzir ao nível recorde de baixa o estoque de LFT. Esses títulos se tornaram populares há duas décadas, quando a inflação anual estava acima de 1.000 por cento. A adoção pelo governo do câmbio flutuante e do sistema de metas de inflação em 1999 aumentou a confiança no País, ajudando a reduzir a inflação anual no mês passado.

“Esse tem sido um ótimo ano para o Tesouro em termos de mudança no perfil da dívida pública”, disse Ronaldo Patah, que administra R$ 130 bilhões como chefe de renda fixa do Itaú Asset Management, segundo maior administrador de fundos do País. “Isso provavelmente vai continuar no futuro porque esse novo mundo de taxas de juros baixas está aqui para ficar, pelo menos pelo futuro próximo.”

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