Dados macroeconômicos negativos pesam sobre mercado financeiro e bolsas caem (Juan Mabromata/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 3 de setembro de 2019 às 17h39.
Última atualização em 3 de setembro de 2019 às 18h29.
Após o resultado do PIB do segundo trimestre do ano ter surpreendido positivamente os investidores na semana passada, os dados macroeconômicos voltaram a decepcionar. Nos Estados Unidos, o indicador da atividade manufatureira no país recuou pela primeira vez desde 2016. De acordo com agências de notícias, o resultado teve forte impacto nos índices acionários de Wall Street. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite caíram 1,08%, 0,69%, 1,11%, respectivamente. No Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 0,94%, a 99.680,83 pontos.
Por aqui, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial brasileira encolheu 0,3% em julho ante o mês anterior. O resultado também teve impacto negativo na Bolsa, já que o mercado esperava crescimento.
Sócio diretor da Modalmais, Ronaldo Guimarães esperava aumento de 0,3% da atividade industrial no mês e ficou desapontado com o resultado. “O dado reforça a leitura de que o ritmo de recuperação econômica segue lento e faz-se necessário continuar cauteloso quanto às perspectivas de crescimento no terceiro trimestre”, escreveu em comunicado a clientes.
Também pesou sobre o mercado financeiro global, os desdobramentos do conflito comercial entre China e Estados Unidos. Há dois dias, o governo americano cumpriu o prometido e elevou as tarifas sobre produtos chineses. Nesta terça-feira, o presidente Donald Trump usou o Twitter para afirmar que as negociações com o país asiático serão "muito mais duras" caso ele seja reeleito em 2020.
....And then, think what happens to China when I win. Deal would get MUCH TOUGHER! In the meantime, China’s Supply Chain will crumble and businesses, jobs and money will be gone!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 3, 2019
No campo das ações, o papel da SulAmérica (SULA11) abriram em forte queda e fecharam com desvalorização de 4,19%. De acordo com o Brazil Journal, a companhia de seguros vendeu sua participação de 14,9% da companhia em uma operação de 2,7 bilhões de reais.
Os papéis da Qualicorp (QUAL3) também sofreram queda. Após alta de 28,67% em agosto, as ações da empresa de planos de saúde coletivos recuaram 3,02%.
Do outro lado, os papeis da Marfrig (MRFG3) voltaram subiram 1,92%, após o Burger King incluir no cardápio o hambúrgueres de vegetal feito pelo frigorífico em parceria com a Acher Daniels Midland. Em agosto, o anúncio de que a companhia de proteína animal passaria a vender “carne vegetal” fez suas ações subirem até 7%.
Apesar do Ibovespa ter fechado em baixa, as ações da preferenciais da Petrobrás (PETR4) tiveram alta de 1,19%, após a petrolífera divulgar ter batido recorde em agosto na produção de óleo equivalente (boed), que engloba petróleo e gás. A produção média diária ficou em 3 milhões de barris, atingindo 3,1 milhões no pico.
Nesta terça-feira (3), o dólar amanheceu em baixa, chegando a ser comercializado a 4,156 reais por volta do meio dia. Após subir no período da tarde, a moeda americana fechou em queda de 0,086%, a 4,179 reais.