O executivo reconheceu que o JPMorgan também pode cometer erros, mas afirmou que o banco está “vasculhando o mundo em busca de riscos” (Bloomberg/Getty Images)
Redatora
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 06h01.
O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertou que novas perdas podem surgir no setor de crédito privad0 após o colapso de duas empresas dos Estados Unidos — a financiadora de automóveis subprime Tricolor e a fornecedora de peças automotivas First Brands.
Durante teleconferência com analistas nesta terça-feira, 14, Dimon afirmou que as recentes falências devem servir como sinal de alerta para o sistema financeiro. “Minha antena fica ligada quando coisas assim acontecem. Eu provavelmente não deveria dizer isso, mas quando você vê uma barata, provavelmente há mais delas. Portanto, todos devem estar avisados neste momento”, declarou.
O JPMorgan revelou ter registrado uma perda de US$ 170 milhões com a Tricolor, que entrou em colapso no mês passado em meio a alegações de fraude. Embora o banco não tenha exposição direta à First Brands, os dois casos evidenciam fragilidades no setor bancário paralelo — que inclui instituições de crédito privadas não regulamentadas e sem obrigação de divulgar seu nível de risco, segundo informações do The Guardian.
Essas conexões entre bancos tradicionais e empresas de crédito privado têm levantado preocupações sobre possíveis efeitos em cascata no setor, estimado em US$ 3 trilhões.
Segundo Dimon, “há players muito inteligentes nesse mercado, mas nem todos são. Alguns bancos que financiam essas entidades podem descobrir que os padrões de crédito não são tão sólidos quanto pensavam”.
O executivo reconheceu que o JPMorgan também pode cometer erros, mas afirmou que o banco está “vasculhando o mundo em busca de riscos” e reforçando o monitoramento interno para evitar novas perdas.
Dimon disse ainda que o mercado vive há anos um ambiente de crédito favorável, mas advertiu que a deterioração pode ser mais rápida do que o previsto caso ocorra uma desaceleração econômica.
“Espero que seja um ciclo de crédito relativamente normal, mas estamos sendo bastante cautelosos”, concluiu.