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Qual será o impacto do coronavírus na economia da China (e do mundo)?

Surto afetou os planos da população chinesa em meio a feriadão e governo alongou feriado e empresas ampliaram prazo de retorno dos funcionários

Fila de farmácia em Xangai: número de mortos já chegou a 81 na China (Aly Song/Reuters)

Fila de farmácia em Xangai: número de mortos já chegou a 81 na China (Aly Song/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 07h00.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 11h56.

São Paulo — A semana começa com investidores e analistas focados nos impactos do coronavírus, que já deixou mais de 80 mortos na China e segue se espalhando pelo mundo, com casos registrados em ao menos 13 países. A maioria dos infectados são turistas de Wuhan ou pessoas que visitaram a cidade.

Segundo oficiais da província de Hubei, 76 de todas as mortes foram registradas na região. A capital, Wuhan, onde o surto teve início, é a cidade mais afetada pelo vírus e segue isolada pelas autoridades chinesas. O país tem mais de 2.700 casos confirmados.

O surto afetou os planos da população chinesa em meio ao feriadão do Ano Novo Lunar, que mantém as bolsas chinesas fechadas, hoje. Segundo o Financial Times, o distrito financeiro de Xangai ordenou que as companhias não retomem as atividades até dia 9.

Mas as bolsas caíram na Ásia nesta segunda-feira — Tóquio recuou 2%, no pior desempenho diário em cinco meses. O índice global MSCI All-Country, com ações de 47 países, abriu a segunda-feira em queda de 0,4%. O índice europeu pan-European STOXX chegou a cair 1,4% na manhã desta segunda.

Para tentar frear a contaminação, o governo alongou o feriado por três dias, até 2 de fevereiro. A imprensa estatal afirma que agências de turismo cancelaram todas as excursões para o exterior a partir de hoje. As companhias também estão recomendando a seus funcionários que fiquem em casa.

Dados preliminares mostram que o transporte aéreo na semana do ano novo caiu 42% em relação ao mesmo período de 2019.

A série de ações para conter o surto devem afetar o crescimento econômico do país, um motivo extra de preocupação para a economia global. A região de Suzhou, sede de companhias como a Foxconn e a Samsung, adiou o retorno do feriado em mais de uma semana.

As ações de mineradoras, dependentes do mercado chinês, estão entre as mais afetadas, com recuo de até 3% nesta segunda-feira. Analistas preveem que os frigoríficos brasileiros também podem ser afetados. O mercado de óleo e gás também deve ser afetado, com o preço do barril de petróleo abaixo dos 60 dólares pela primeira vez em 2020.

A corrida é para evitar um cenário similar ao visto em 2002 e 2003, com a epidemia de Sars, um vírus que provocava crises respiratórias e matou 800 pessoas na China.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, é esperado nesta segunda-feira em Pequim para conversar com autoridades chinesas e especialistas em saúde sobre o coronavírus.

No Twitter, Ghebreyesus disse que queria “fortalecer nossa parceria” com a China “para fornecer mais proteção contra o surto”. No fim de semana o premier chinês, Li Keqiang, vitiou Wuhan, numa tentativa de mostrar a seriedade do governo com a epidemia, mesmo que as ações impactem ainda mais a economia de um país que anunciou em 2019 o menor ritmo de crescimento em três décadas.

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