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Qual será o futuro do Twitter?

Com quase 7 anos de existência, rede social ingressa em nova fase. Como a futura oferta de ações do Twitter no mercado transformará os destinos da empresa?

EXAME.com (EXAME.com)

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Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 11h30.

São Paulo - O recente anúncio de que o Twitter deverá abrir seu capital este ano ou no começo de 2014 revela o início de um novo ciclo para a empresa. Com a perspectiva de transformar seus investidores em bilionários, o microblog está à procura de soluções para incrementar seu modelo de publicidade, engrossar sua base de usuários e diversificar fontes de receita.

Para atingir esses objetivos, o Twitter se verá compelido a mudar, em um prazo razoavelmente curto, algumas das suas características mais típicas.

Antes de mais nada, será necessário deixar para trás a tradicional simplicidade dos seus formatos de anúncio. Hoje, a principal fonte de receita da empresa são os tweets patrocinados, uma forma de publicidade nativa que, por essência, não consegue transcender a plataforma do Twitter. Isso torna a compra de ads mais difícil, como explica a analista do Altimeter Group Charlene Li.

Para maximizar os ganhos com publicidade, o Twitter precisará aumentar a variedade e a complexidade das formas de promoção de marcas dentro do microblog. A aquisição da empresa de publicidade móvel MoPub, na semana passada, é um claro exemplo da consciência dessa necessidade. Especializada em soluções de administração de ads para celulares, a startup deverá ajudar o Twitter a sofisticar suas ofertas de anúncios para mobile.

Outra transformação importante em curso na empresa se refere ao seu entendimento da experiência do usuário em diversas plataformas. Por muito tempo, o Twitter manteve a filosofia de que seus apps precisavam ser “vivenciados” exatamente da mesma forma num iPhone, num Android ou qualquer outro meio. No entanto, ao assumir o mobile como prioridade, a empresa abraçou a ideia de que o aplicativo do microblog deverá ser customizado, de forma a tirar o máximo de proveito das peculiaridades de cada plataforma. No lugar da “consistência” da interface, surgiu a preocupação com a adaptação orgânica do serviço a diversos suportes. Tudo para facilitar a navegação e incentivar o usuário a permanecer mais tempo na mídia social e ver mais anúncios.


Aliás, a ideia de se tornar atraente para um número maior de pessoas é uma das principais preocupações do Twitter em tempos de capital aberto. Para agradar ao público mainstream, o microblog está planejando lançar um redesign radical do seu aplicativo para dispositivos móveis. A ideia é extinguir suas quatro tabs tradicionais (Início, Conectar, Descobrir e Conta) e permitir uma navegação mais suave e fácil de entender, a partir da rolagem lateral por diferentes streams de conteúdo.

O redesenho do app deverá garantir mais espaço e ênfase ao conteúdo visual numa plataforma que sempre foi predominantemente baseada em troca de textos. Além de ter à sua disposição um feed dedicado exclusivamente a imagens, o usuário desse novo Twitter não precisará mais clicar em um tweet para visualizar sua foto ou vídeo: o stream já exibirá por padrão todas essas imagens. O objetivo é fazer frente a mídias sociais de sucesso fortemente embasadas em conteúdo visual, como Pinterest e Instagram, num movimento já iniciado há alguns meses pelo Twitter com a compra do aplicativo de microvídeos Vine.

A maior parte dessas mudanças é uma jogada complexa. No momento em que decide começar a vender ações no mercado financeiro, o Twitter precisa mais do que nunca conservar sua base de mais de 200 milhões de usuários ativos. Sobretudo os mais fiéis, que provavelmente serão os principais impactados pelas transformações.

De qualquer forma, essas são circunstâncias que inevitavelmente precisam ser encaradas por uma empresa que, com quase 7 anos de existência, enfim decide vender ações ao público. O que está em jogo não é pouco: o retorno financeiro trazido pela entrada no processo de abertura de capital é gigantesco. Para dar certo, não há outra opção senão apostar e, consequentemente, abraçar os riscos implicados nesse movimento.

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