Qatar Airways: companhia teve lucro de US$1,21 bilhão em 2022 (Qatar Airways/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 29 de agosto de 2023 às 06h30.
Última atualização em 29 de agosto de 2023 às 14h53.
A Qatar Airways está otimista com a retomada da economia brasileira e decidiu apostar nesse mercado. A gigante de aviação do Catar vai aumentar sua participação no Brasil em 2024, elevando a quantidade de voos semanais de 14 para 18 na rota entre São Paulo e Doha, capital do país árabe.
“Estamos vendo uma recuperação do crescimento do Brasil e da demanda do brasileiro por viajar. Vamos aproveitar esse momento para expandir o número de voos. É algo que mostra nossa confiança e comprometimento com o mercado brasileiro”, afirmou Craig Thomas, vice-presidente de vendas da Qatar, à EXAME Invest.
O grande foco da companhia aérea no Brasil – e na América Latina – é a cidade de São Paulo. Entre os 160 destinos, apenas 14 deles estão nas Américas – 12 nos Estados Unidos, um no Canadá e outro na capital paulista. Os 18 voos semanais se aproximam dos 21 realizados entre Nova York e Doha via o aeroporto JFK, que é a rota mais movimentada da Qatar no continente.
O aumento no número de voos ligando Doha a São Paulo também vai abrir caminho para a retomada das operações em Buenos Aires, na Argentina. A empresa irá disponibilizar um voo diário de conexão entre o Brasil e o país vizinho, rumo à sede do Catar.
A rota havia sido suspensa na pandemia, e deve voltar a operar em breve, junto com outros seis destinos: Birmingham, na Inglaterra; Davao, nas Filipinas, Nice, na França; Osaka, no Japão; Phnom Penh, no Camboja; e Ras Al-Khaimah, nos Emirados Árabes.
A Qatar anunciou este ano outros sete pontos inéditos que devem fazer parte do itinerário nos próximos meses: Chittagong, em Bangladesh; Juba, no Sudão do Sul; Kinshasa, na República Democrática do Congo e Medan na Indonésia. Lyon e Toulouse, na França, e Trabzon, na Turquia, estão entre as novas rotas inauguradas neste ano.
O objetivo da aérea é manter o protagonismo nos voos de longa distância com escala no Oriente Médio. Thomas conta que alguns dos locais mais procurados pelos brasileiros estão na Ásia, com destaque para China, Japão, Coréia do Sul, Indonésia e Tailândia. Egito e Emirados Árabes estão entre as principais escolhas no Oriente Médio e na África. E na Oceania, a Austrália é o principal destino.
Ainda não existem planos para levar a Qatar a outras cidades no Brasil. Os centros fora de São Paulo são atendidos por Latam, Gol e Azul companhias parceiras que realizam os traslados até outras capitais estaduais como Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre.
Para conquistar o brasileiro, a Qatar dá continuidade a uma estratégia que tem se tornado marca da empresa: o patrocínio de megaeventos esportivos. Depois de ser a companhia oficial da Copa do Mundo Masculina de 2022 e da Copa do Mundo Feminina de 2023, a aérea fechou parceria com a Fórmula 1. Uma das corridas patrocinadas é o Grande Prêmio de São Paulo, que acontece de 3 a 5 de novembro. “A Fórmula 1 em São Paulo é uma boa oportunidade de mostrar a nossa marca e engajar o público brasileiro”, destacou o vice-presidente.
Thomas não confirmou se a Qatar deve ser parceira da FIFA na próxima Copa do Mundo 2026, mas adiantou que a estratégia de em torno dos grandes eventos irá continuar. O patrocínio da competição no ano passado no Catar turbinou os resultados da empresa, que apresentou um lucro de US$1,21 bilhão em 2022. A receita de passageiros subiu 100% em relação ao ano anterior, com um aumento de capacidade de 31%.
A companhia aérea nacional do Estado do Catar foi eleita sete vezes como a melhor do mundo no ramo no World Airlines Awards. Chamado de “Oscar da aviação”, a premiação é uma iniciativa da consultoria Skytrax e a Qatar é a empresa que mais venceu a corrida. Em 2023, ficou em segundo lugar, atrás da Singapore Airlines. Conhecida pelo requinte no atendimento, a companhia catari levou o prêmio de melhor classe executiva neste ano.