Repórter
Publicado em 19 de março de 2025 às 09h06.
Nesta terça-feira, 18, a Purdue Pharma deu um passo significativo ao apresentar um novo plano de falência, com o objetivo de concretizar um acordo de pelo menos US$ 7,4 bilhões.
O acordo, segundo a Reuters, visa resolver milhares de processos relacionados à crise de dependência de opioides nos Estados Unidos, causada pelo uso de seu medicamento OxyContin. O valor do acordo já havia sido indicado anteriormente pela Purdue e pelos proprietários da empresa, a influente família Sackler.
O plano, formalmente registrado em White Plains, Nova York, detalha como os fundos serão distribuídos entre estados, governos locais e indivíduos prejudicados pela crise. O valor total do acordo depende da adesão dos credores, com a Purdue esperando amplo apoio por parte deles.
A empresa planeja começar a colher votos e decisões de adesão dos credores em maio de 2025. Após esse processo, o plano será submetido a um juiz de falências dos EUA para a aprovação final.
Este novo movimento ocorre após um revés no ano passado, quando a Corte Suprema dos EUA invalidou uma tentativa anterior da Purdue de resolver os litígios por meio de um acordo de falência, que teria concedido imunidade civil à família Sackler, além da empresa, em relação aos processos.
A nova proposta responde a essa decisão, oferecendo aos credores a opção de aderir ao acordo ou, caso não queiram participar, prosseguir com ações judiciais contra os Sacklers.
A família Sackler compromete-se a aportar entre US$ 6,5 bilhões e US$ 7 bilhões no novo acordo, um incremento de US$ 1 bilhão em relação ao acordo anteriormente rejeitado.
Além disso, a Purdue se comprometerá a pagar US$ 900 milhões de seus próprios recursos e a realizar concessões não monetárias, como se tornar uma "public benefit company" (empresa de benefício público), voltada para a produção de medicamentos para tratamento do transtorno por uso de opioides e para reverter overdoses.
O novo plano, assim como o anterior, visa garantir que os fundos sejam aplicados corretamente para combater os danos causados pela crise dos opioides.
Aproximadamente US$ 850 milhões serão direcionados a indivíduos diretamente afetados, incluindo aqueles que desenvolveram dependência do OxyContin e bebês expostos a opioides durante a gestação.