O CEO do grupo durante IPO na Bolsa de Madrid (Photo by Josep LAGO / AFP) (Photo by JOSEP LAGO/AFP via Getty Images)/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 6 de maio de 2024 às 10h02.
Dono de marcas no segmento de luxo como Paco Rabanne, Carolina Herrera, Nina Ricci e Jean Paul Gaultier — e acionista da Granado no Brasil —, o grupo espanhol Puig conseguiu emplacar seu IPO no mercado espanhol.
As ações abriram a € 25,70 na sexta-feira, 4,9% acima do preço do IPO de € 24,50, dando à empresa um valor de mercado de cerca de € 14,7 bilhões, ou US$ 15,8 bilhões. Fecharam o pregão a € 24,50. Já nesta segunda-feira, os papéis estavam cotados a € 25,32, valorização de 3,35%. Foi a maior IPO do mundo neste ano até o momento.
A empresa de 110 anos abre seu capital num momento em que os maiores grupos familiares do setor já planejam como será a sucessão.
Na LVMH, mais dois filhos do bilionário francês Bernard Arnault juntaram-se ao conselho do conglomerado este mês. Já um neto de François Pinault, outro bilionário francês e patriarca da família por trás do grupo de artigos de luxo Kering, juntou-se ao conselho da Christie’s, que pertence à holding da família.
O caminho para a espanhola Puig, porém, parece ser outro. O presidente do grupo, Marc Puig, já disse que quarta geração da família, inclusive seus filhos, não terá nenhum papel na gestão da empresa.
“Podem surgir dificuldades, especialmente na transição entre gerações – a busca da liderança, uma falta de compreensão, a perda da paixão”, afirmou o empresário ao Financial Times.
No início do mês passado, como parte dos preparativos para o IPO, um dos irmãos de Marc e dois de seus primos deixaram o conselho, hoje com 13 pessoas, foram substituídos por dois diretores independentes. O único diretor da família que resta, sem contar o presidente, é Manuel Puig Rocha, outro primo e vice-presidente da empresa.
Marc Puig é neto do fundador da empresa e um dos 14 primos da terceira geração da família. Mesmo com o IPO, o clã continuará a deter quase 72% do grupo e 92,5% dos direitos de voto.
Marc, que é presidente do grupo desde 2007 e também seu CEO, expandiu a presença internacional do conglomerado, apostando em perfumes de luxo e alta costura. Ele foi responsável por 11 aquisições de marcas em 12 anos, como a do designer belga Dries Van Noten, a britânica especializada em maquiagem Charlotte Tilbury e a empresa alemã de cuidados com a pele Barbara Sturm.