Repórter
Publicado em 22 de abril de 2025 às 17h45.
O principal negócio de publicidade online da Meta pode sofrer um impacto de US$ 7 bilhões neste ano devido às severas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump à China, que impactam os varejistas do país.
A informação foi publicada pela CNBC nesta terça-feira a partir de um relatório da consultoria MoffettNathanson que analisou o impacto potencial de varejistas ligados à China, como Temu e Shein, cortando seus orçamentos de publicidade no Facebook e Instagram em meio à disputa comercial entre EUA e China.
Os analistas da MoffettNathanson apontaram para o último relatório anual da Meta, no qual a empresa revelou que sua receita na China foi de US$ 18,35 bilhões em 2024, o equivalente a pouco mais de 11% do total de suas vendas.
Especialistas apontam que Temu e Shein representam a maior parte dos negócios da Meta na China. Caso esses varejistas online reduzam suas campanhas publicitárias neste ano, as vendas de anúncios da gigante das redes sociais em 2025 poderão ser impactadas em US$ 7 bilhões.
Segundo a CNBC, a Temu já começou a reduzir seus gastos com publicidade nos EUA. Por outro lado, também observou uma queda acentuada em sua avaliação na App Store da Apple após as tarifas de Trump impostas à China.
Com esse estresse no mercado global, existe o risco de uma recessão atingir os EUA, o que afetaria ainda mais os negócios da companhia de Mark Zuckerberg.
A projeção de crescimento da publicidade nos Estados Unidos para 2025 foi revisada para baixo após o anúncio do ex-presidente Donald Trump sobre a imposição de tarifas amplas sobre todas as importações. O movimento gerou incertezas em diversos setores e provocou cortes nos investimentos planejados pelas marcas, conforme relatório da eMarketer, empresa de pesquisa de mercado.
A estimativa atualizada indica que o crescimento dos gastos publicitários será de 6,3%, abaixo dos 7,5% projetados em novembro. A consultoria Madison & Wall foi mais conservadora e cortou sua previsão para apenas 3,6%. Magna e WARC também revisaram seus cenários, com a WARC reduzindo em quase US$ 20 bilhões sua expectativa de crescimento global de anúncios até 2026, citando o "aumento da incerteza".