Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan: falou nesta terça-feira sobre sucessão no banco americano (Jason Alden/Bloomberg/Getty Images)
Editora de Finanças
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 17h43.
Estagflação, aposentadoria e reuniões de acionistas. Esses foram os temas discutidos por Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, durante a conferência do Council of Institutional Investors em Nova York, nesta terça-feira, 10.
Dimon afirmou que o pior cenário para a economia dos Estados Unidos hoje seria a estagflação, uma combinação de estagnação do crescimento econômico, desemprego e inflação alta. “Eu não descartaria essa possibilidade”, disse o executivo.
O CEO do maior banco dos EUA fez esses comentários em um momento em que os investidores estão cada vez mais atentos aos sinais de desaceleração econômica. Leituras recentes mostram que as pressões inflacionárias estão mais alinhadas com a meta de 2% do Federal Reserve, mas relatórios sobre emprego e manufatura revelaram alguns sinais de enfraquecimento.
Verde, de Luis Stuhlberger, zera posição em bolsa com preocupação com fiscalDimon manifestou preocupação com forças inflacionárias, como déficits maiores e gastos crescentes com infraestrutura, que continuam pressionando uma economia ainda se recuperando do impacto de taxas de juros elevadas. “Esses fatores são todos inflacionários, pelo menos no curto prazo, nos próximos dois anos”, disse Dimon. “Então, é difícil olhar para isso e dizer: ‘Estamos fora de perigo’. Eu não acho.”
Dimon também comentou sobre o planejamento de sucessão no banco. Segundo ele, o J.P. Morgan está focado em manter uma equipe "extremamente" qualificada, preparada para eventualmente liderar a instituição. “Todos nós queremos acertar esse processo.”
No comando do banco desde 2006, Dimon já indicou anteriormente que seu cronograma para deixar o cargo não deve ultrapassar cinco anos e pode ser reduzido para apenas dois anos e meio. Entre os possíveis sucessores mencionados estão: Daniel Pinto, Jennifer Piepszak, Troy Rohrbaugh, Marianne Lake e Mary Erdoes.
O executivo também criticou as reuniões anuais com acionistas, chamando-as de uma "perda de tempo" que não promovem “discussões sérias” sobre questões importantes para a empresa ou para a sociedade. Ele sugeriu que os regulamentos que permitem a qualquer pessoa com uma participação de pelo menos US$ 2 mil em uma empresa pública apresentar propostas para votação nas reuniões anuais estão desatualizados.
*com agências internacionais