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Protestos sociais e recordes na bolsa: a tendência continuará?

Na China, no Irã, no Chile e na Bolívia, o momento é de convulsão social. Mas os índices americanos bateram recorde na sexta-feira

B3: o momento é de convulsão social, mas de recordes nas bolsas (Cris Faga/Getty Images)

B3: o momento é de convulsão social, mas de recordes nas bolsas (Cris Faga/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2019 às 06h46.

Última atualização em 18 de novembro de 2019 às 07h28.

O fim da temporada de balanços deve fazer com que investidores voltem as atenções para as notícias políticas e econômicas nos próximas dias. A dúvida é se lampejos de boas notícias econômicas conseguirão superar uma onda de convulsão que segue dominando o noticiário mundo afora.

A segunda-feira chinesa virou um microcosmo desta divisão. O governo de Pequim surpreendeu os mercados ao anunciar a redução de uma importante taxa de juros pela primeira vez desde 2015, o que levou a novas especulações sobre uma política mais agressiva para estimular a segunda maior economia do mundo. Na mesma toada, o governo chinês também poderia estar disposto a resolver de uma vez por todas a guerra comercial com Washington. No sábado a mídia estatal chinesa afirmou que os dois lados mantiveram “conversas construtivas”.

O suposto avanço das negociações foi um dos motivos que levaram o índice americano Dow Jones a fechar na sexta-feira na máxima histórica de 28.000 pontos. Nesta segunda-feira, os príncipais índices asiáticos também subiram, puxados por Hong Kong, que avançou 1,35%.

Isso apesar de um recrudescimento nos confrontos entre manifestantes e forças policiais em Hong Kong, palco há cinco meses de protestos por liberdade. No fim de semana a polícia ameaçou usar armas letais para conter ataques de coqueteis molotov e flechas. Tropas chinesas foram vistas numa base próxima à universidade politécnica, o que aumentou as especulações sobre uma intervenção definitiva de Hong Kong.

Na Bolívia, a repressão a protestos já levou a 23 mortos e a mais de 700 feridos. O ex-presidente, Evo Morales, pediu o fim dos confrontos e afirmou temer uma guerra civil no país. A violência aumentou após o governo interino autorziar as forças armadas a usar “todos os meios disponíveis” para “proteger” a população. Enquanto isso, milhares de bolivianos passaram o fim de semana em longas filas para conseguir itens básicos como frangos, ovos e combustível.

No Chile, o presidente Sebastián Piñera condenou o uso excessivo de força pela polícia e afirmou que “foram cometidos abusos” na repressão a manifestantes. O país deve realizar um plebiscito constitucional em abril. Uma nova frente de incerteza veio do Irã, onde manifestantes se reuniram para protestar contra aumento no preço de combustíveis. No Líbano, o fim de semana foi de novos protestos contra o governo.

O momento é de convulsão social, mas de recordes nas bolsas. Até quando?

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