Mercados

Programa da Bovespa por governança de estatais espera adesão

O programa da BM&FBovespa de governança de estatais não teve, nem deve ter logo, sua primeira adesão


	Bovespa: "não temos nenhuma adesão em vista", disse a diretora de Regulação de Emissores da BM&FBovespa, Flavia Mouta
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: "não temos nenhuma adesão em vista", disse a diretora de Regulação de Emissores da BM&FBovespa, Flavia Mouta (Paulo Fridman/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 17h31.

São Paulo -  Anunciado em abril passado como tentativa de reaproximar os investidores de empresas controladas por governos no Brasil, o programa da BM&FBovespa de governança de estatais não teve, nem deve ter logo, sua primeira adesão.

"Não temos nenhuma adesão em vista", disse à Reuters a diretora de Regulação de Emissores da BM&FBovespa, Flavia Mouta, nesta quinta-feira.

De adesão voluntária, o programa prevê concessão de selos de boa gestão para estatais que se submeterem a uma série de práticas de gestão, incluindo instalar comitês de auditoria e limitar a presença de políticos na administração e no Conselho.

Anunciado em abril, o programa teve o anúncio oficial adiado para setembro, após audiências com órgãos públicos, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidades de mercado, e companhias interessadas, incluindo Petrobras, Copel , Sabesp e Banco do Brasil.

A iniciativa veio após muitas críticas do mercado à intervenção de governos em companhias listadas, com decisões potencialmente negativas para investidores minoritários. Foi o caso, por exemplo, da proposta de renovação antecipada das concessões de empresas do setor elétrico, lançada em 2012.

Segundo Flavia, há muitas estatais, listadas ou não, procurando detalhes sobre como melhorar a divulgação de informações, parte das pré-condições para adesão.

A bolsa criou duas categorias de listagem. O nível 1 tem 25 regras. No mais alto, as candidatas têm que implementar 6 e escolher outras 27, entre elas a avaliação periódica de executivos e a vedação à participação de dirigentes de partidos políticos, representantes de órgãos reguladores e titulares de mandato legislativo no Conselho de Administração.

Uma das recomendações do programa, a de que o conselho de administração seja composto em pelo menos 30 por cento por membros independentes, não é praticada por nenhuma das maiores estatais listadas, Petrobras, BB, BB Seguridade e Eletrobras.

Para a executiva da BM&FBovespa, a ausência de adesões efetivas até agora não surpreende, dado que as companhias estão concentradas em concluir os balanços de 2015 e o formulário de referência, o que deve mantê-las ocupadas até maio, pelo menos.

De todo modo, a bolsa começará a fazer reuniões com representantes das estatais a partir do mês que vem para explicar pontos do programa e ajudá-las com dificuldades.

"Nós temos visto alguma mudança de comportamento, com empresas constantemente nos consultando sobre como melhorar a divulgação de informações", disse ela. "Mas uma adesão ao programa não depende de ajustes técnicos, é preciso um compromisso", completou.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasgestao-de-negociosGovernançaservicos-financeiros

Mais de Mercados

Banco do Brasil promove trocas nas lideranças de cinco empresas do conglomerado

Bolsas globais superam desempenho dos EUA nos primeiros seis meses do governo Trump

Ibovespa fecha em queda de 1,61% pressionado por tensões políticas

Dólar fecha em alta de 0,73% após Bolsonaro ser alvo de operação da PF