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Problemas da Oi se transformam em gráficos assustadores

A tumultuada fusão entre Oi e Portugal Telecom colocou os acionistas da companhia num pesadelo; papéis despencam em 2014

EXAME.com (EXAME.com)

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Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 15h32.

São Paulo – A conturbada fusão entre Oi e Portugal Telecom (PT) está entre os principais motivos para a derrocada das ações da companhia brasileira na Bovespa.

Da fusão nascerá a CorpCo, uma nova empresa com expectativa de gerar uma receita de 37,4 bilhões de reais proveniente das operações no Brasil, Portugal, Ásia e África.

No entanto, desde quando o acordo foi anunciado, em outubro do ano passado, as ações da Oi derretem e o tombo já chega a 65%.

A recente sequência de más notícias só intensifica o pessimismo entre os investidores. Na semana passada, por exemplo, os acionistas minoritários da Oi começaram a se mobilizar recorrendo à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O objetivo destes acionistas é descobrir se houve falhas no processo de oferta e na elaboração do laudo de avaliação dos ativos da PT. Os bens da tele portuguesa entraram no aumento de capital e foram avaliados em R$ 5,7 bilhões - em abril, a Oi realizou uma oferta pública de ações, parte do processo de fusão com a PT.

Recentemente, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) reduziu o rating da Oi em escala global para "BB+" de "BBB-", tirando da empresa de telecomunicações brasileira o grau de investimento.

"O rebaixamento reflete as métricas de crédito de certa forma mais fracas do que as que havíamos estimado em nosso cenário-base, após o não pagamento dos commercial papers, no valor de 897 milhões de euros, da Rioforte Investments detidos pela Portugal Telecom, que está em processo de fusão com a Oi”, dizia o comunicado.

A Rioforte - uma empresa da família Espírito Santo – não pagou os 897 milhões de euros de nota promissória comprada pela Portugal Telecom, levando à revisão do acordo de fusão desta com a brasileira Oi.

Com isso, a PT precisou concordar com a redução da sua participação na CorpCo para 25,6% dos 38% originais, após a tensão gerada com a sua parceira brasileira, que afirmou não ter sido informada deste investimento de 40% da sua posição de caixa na Rioforte.

A última novidade que bateu á porta dos acionistas da Oi é a de que o presidente-executivo da Portugal Telecom, Zeinal Bava, vai deixar o cargo para se dedicar à tele brasileira, onde pretende promover uma recuperação financeira e operacional. Bava teria apresentado ao conselho de administração da Oi uma proposta para acelerar a integração entre as duas companhias e recuperar a confiança do mercado.

Em julho, a Oi foi uma das empresas que mais perderam valor de mercado na Bovespa, encolhendo em 4,26 bilhões de reais. A empresa fechou o mês passado avaliada em 12,5 bilhões de reais.

Além disso, no acumulado de 2014, as ações da companhia registram perdas de 61%, enquanto o Ibovespa sobe 10%.

Trata-se da segunda maior desvalorização do índice no ano, atrás apenas da mineradora MMX, que cai 65,5%.

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