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Presidente da B3 descarta bolha no mercado de ações e projeta novos IPOs

Este ano, foram 27 ofertas iniciais de ações de novas empresas, maior movimento em 12 anos, disse Gilson Finkelsztain

 (Victor Moriyama/Bloomberg)

(Victor Moriyama/Bloomberg)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 08h59.

Depois de 27 estreias na B3 este ano, o ano de 2021 deve manter o ciclo de ofertas iniciais de ações (IPOs na sigla em inglês) no Brasil.

O presidente-executivo da B3, Gilson Finkelsztain, disse que a expectativa de vacinação em massa contra a Covid-19, a injeção de recursos feita pelos bancos centrais, o juro baixo e a inflação controlada trazem a perspectiva de crescimento da economia, com aumento do número de negócios.

Ontem, a Bolsa recuperou as perdas do ano e bateu em 116 mil pontos.

— A perspectiva dos mercados globais pela vacinação em massa, aliada a uma injeção de liquidez financeira, traz a expectativa de crescimento de empregos e de negócios.

Se no Brasil houver clareza na agenda do governo para manter a inflação baixa e priorização das reformas e das privatizações, o otimismo do mercado vai se materializar em 2021 - disse Finkelsztain durante coletiva online, em que os números da B3 foram apresentados.

Finkelsztain afirmou que, em 2019, a média de negociações foi de 4 milhões por dia, considerando mercado à vista e derivativos.

Este ano, por quatro vezes, a média de negócios chegou a 12 milhões, a última delas em novembro. Ou seja, triplicou o número de negociações. A B3 começou o ano esperando uma taxa de juros entre 5% e 6% para 2020, mas a queda da Selic para 2%, o menor patamar histórico, gestores e novos investidores acabaram buscando os ativos de risco.

— Os juros brasileiros chegaram a um patamar que jamais poderíamos imaginar. Só este ano, foram 1,5 milhão de novos investidores pessoas física. A facilidade trazida pelas plataformas de investimento e um investidor mais jovem (com menos de 40 anos), com menos aversão ao risco, foram ao lado dos juros baixos os fatores que beneficiaram os negócios na Bolsa - disse o presidente da B3.

Os lançamentos de ações, considerando ofertas iniciais e os chamados follow ons (em que empresas que já estão listada oferecem mais ações) foram captados R$ 112 bilhões. Além dos 27 IPOs, aconteceram 23 follow ons.

O presidente da B3 lembra que houve IPOs que captaram bilhões, mas empresas médias também abriram capital na Bolsa este ano.

- É uma oportunidade que a gente tem cada vez mais no Brasil de ter o mercado de capitais como motor propulsor das empresas e do crescimento econômico - disse o presidente da B3.

Ele destacou também o crescimento da oferta de produtos como estrategia de crescimento da B3 no mercado. Há iniciativas na área de seguros, energia, dados e crédito imobiliário, por exemplo. Destacou a oferta de BDRs ao investidores, iniciada este ano.

- Há potencial de crescimento no mercado brasileiro com diferentes classes de produtos. As bolsas globais já estão anos à frente da brasileira em termos de produtos - avaliou.

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