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Presa ao passado, Dell só sobe na bolsa com saída da Nasdaq

Ações da fabricante de computadores disparam mais de 15% nesta segunda-feira


	Michael Dell retomou o comando da empresa em 2007, mas as ações só caíram
 (Getty Images)

Michael Dell retomou o comando da empresa em 2007, mas as ações só caíram (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 17h09.

São Paulo – As ações da fabricante de computadores Dell (DELL) vivem um dia atípico na bolsa Nasdaq. Os papéis estão em alta superior a 15% com os investidores motivados por uma notícia ainda não confirmada. Não é nada sobre o lançamento de um novo supercomputador ou a entrada da empresa em algum mercado que ignorou participar nos últimos anos.

O causador de tanto alvoroço é o fundador da empresa, Michael Dell. O CEO e presidente do Conselho de Administração estaria mais uma vez pensando em fechar o capital da companhia na bolsa.

Segundo a agência Bloomberg, Dell estaria discutindo a saída da bolsa com pelo menos duas empresas de private equity. O fundador ainda possui 16% do capital da empresa.

De acordo com os rumores, as discussões ainda são preliminares e podem não prosseguir porque ainda não está claro sobre como os fundos poderiam se financiar ou como deixariam o investimento no futuro, disseram as fontes à reportagem. Alguns grandes bancos teriam sido contratados para avaliar o financiamento de uma oferta.

Diversificação

Esta seria mais uma manobra de Dell, que voltou às rédeas da empresa em 2007, de tentar melhorar as operações da companhia. Uma vez privada, ele não teria que lidar com tantas pressões e abrir menos ao público as estratégias. Nos últimos anos, os investidores têm cobrado uma maior diversificação dos negócios por conta da perda de participação de mercado após os consumidores começarem a trocar os computadores pessoais por tablets e smartphones. A visão é de que a empresa teria ficado presa ao passado.

De acordo com dados da consultoria Gartner, as vendas dos computadores da Dell recuaram em 20% no quarto trimestre de 2012. Tanto a HP, quanto a Lenovo, têm abocanhado a fatia deixada pela americana. Apesar de a Dell ter realizado várias aquisições nos últimos anos para atender aos chamados de diversificação de receitas, os traders em Wall Street parecem esperar ainda mais.

Em dezembro, o Goldman Sachs lembrou o mercado que a empresa tem cerca de 5 bilhões de dólares em caixa e que toda essa montanha de dinheiro poderia ser usada para a compra dos papéis, que ultimamente têm sido deixados de lado pelos investidores. No ano passado, as ações caíram cerca de 30%.

Desempenho das ações da Dell nos últimos 3 anos:

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