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Preço do doce no Halloween dos EUA está assustador: saiba o motivo

Com preço do cacau nas alturas, doces terão menos chocolate no Dia das Bruxas dos americanos, mas expectativa é de crescimento nas vendas

Halloween: a data famosa nos Estados Unidos vem ganhando popularidade no Brasil  (Reuters/Reuters)

Halloween: a data famosa nos Estados Unidos vem ganhando popularidade no Brasil (Reuters/Reuters)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 26 de outubro de 2025 às 06h00.

Os americanos devem gastar o montante recorde de US$ 13,1 bilhões no Halloween deste ano, sendo US$ 4,3 bilhões em fantasias, US$ 4,2 bilhões em decorações e US$ 3,9 bilhões em doces, segundo a Federação Nacional do Varejo dos EUA (NRF). A cifra supera os US$ 11,6 bilhões gastos em 2024 e o recorde anterior de US$ 12,2 bilhões registrado em 2023.

O gasto médio será de cerca de US$ 114,45 por pessoa, também um recorde. No entanto, isso não significa que a festividade será mais doce, pelo contrário, analistas apontam que os consumidores devem encontrar menos chocolate nos pacotes, devido à alta nos preços.

“Os preços dos doces de Halloween estão assustadoramente altos este ano, com os consumidores recebendo menos valor nos pacotes do que antes”, disse ao Barron's Judy Ganes, especialista em commodities e presidente da consultoria agrícola e alimentícia JGanes Consulting.

Segundo ela, os fabricantes estão reformulando receitas e lançando novos produtos com sabor de chocolate, mas com menos chocolate para compensar o aumento dos preços do cacau, além elevar os preços.

Para efeito de comparação, um pacote com seis barras de 45 gramas da Hershey, que custava US$ 4,97 em maio, está saindo US$ 8,24 em um Walmart da Virgínia, segundo levantamento da Barron’s. Em um Albertson’s no Arizona, o mesmo pacote passou de US$ 6,99 em maio para US$ 11,49 nesta semana.

Pesquisas mostram que o aumento dos preços do chocolate está afetando o consumo no Halloween deste ano. Segundo a Empower, 35% dos americanos consideram os doces mais caros e 57% planejam gastar menos. Entre os que ainda vão comprar, muitos buscam promoções ou compram antes de outubro para diluir custos, enquanto 31% admitem comprar a mais para consumo próprio. Já 33% dos entrevistados pela LendingTree dizem que não vão comprar doces neste ano por causa da incerteza econômica.

O encarecimento está ligado à alta do cacau. A produção na África Ocidental caiu pelo terceiro ano seguido, e o clima instável elevou os preços dos doces em 8,1% em agosto, segundo o governo dos EUA. A Hershey prevê que o custo do cacau seguirá subindo até 2026 e já reajustou os preços de toda a sua linha para compensar o impacto.

Impacto das tarifas de Trump

A imposição de tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um fator de pressão secundário sobre os preços, uma vez que o cacau não é cultivado nos EUA, o que aumenta a volatilidade de custos para empresas como Hershey e M&M Mars.

Para Jonathan Ernest, professor assistente de economia na Case Western Reserve University, em entrevista ao Barron's, essas tarifas colocam as empresas americanas em desvantagem em relação às europeias. Segundo ele, em alguns casos, pode ser mais barato importar barras de chocolate de países que não enfrentam taxação.

A Hershey prevê custos anuais com tarifas entre US$ 170 milhões e US$ 180 milhões, mas espera algum alívio com o avanço das negociações comerciais.

Apesar dos preços elevados, o setor mantém otimismo. Segundo a National Confectioners Association, o chocolate continua sendo um item essencial para os americanos, que o consomem de 2 a 3 vezes por semana.

Especialistas afirmam que os consumidores continuarão comprando doces, mesmo que em menor quantidade, talvez optando por pacotes menores ou limitando a distribuição.

*com agências internacionais

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