Radar: todas as atenções do mundo estão direcionadas à posse de Donald Trump (Scott Olson/AFP)
Repórter de finanças
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 08h08.
Todas as atenções se voltam para a posse de Donald Trump, em Washington, nesta segunda-feira, 20 – dia que coincide com o feriado de Martin Luther King e as bolsas de Nova York ficam fechadas.
Apesar da liquidez reduzida prevista para o dia, o Banco Central (BC) convocou mais dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra (de linha), às 10h20 e 10h40, no total de US$ 2 bilhões. Os leilões são as primeiras intervenções do BC no câmbio em 2025. Vale lembrar que só em dezembro do ano passado, a autoridade monetária realizou 14 intervenções na tentativa de impedir uma ampliação na alta do dólar.
A semana tem ainda como destaques o balanço da Netflix, que será divulgado nesta terça-feira, 21, e o Fórum Econômico Mundial, em Davos. Mais de 60 chefes de Estado e de governo estarão presentes no evento, incluindo Donald Trump e Christine Lagarde, que será realizado de hoje até sexta-feira, 24, nos Alpes Suíços. Haddad não vai, ocupado com as pressões fiscais, desgaste do PIX e reforma ministerial.
Aqui, o único indicador mais relevante da agenda é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de janeiro, que sai na sexta-feira, 24. Hoje, o mercado acompanha a divulgação do Boletim Focus.
O grande dia da posse de Trump chegou e os investidores globais não duvidam que o republicano possa assinar diversos decretos logo na estreia.
Durante um discurso neste domingo, 19, no ginásio Capital One Arena, em Washington, Trump afirmou que pretende assinar ainda hoje diversas ordens executivas, que se assemelham às medidas provisórias no Brasil. Entre elas, medidas comerciais voltadas para impulsionar a reindustrialização dos Estados Unidos.
“Vamos cortar impostos, vamos acabar com a inflação, vamos reduzir os preços, aumentar os salários e trazer milhares de fábricas de volta, vamos construir aqui, vamos contratar americanos e comprar produtos americanos. Isso será feito através de tarifas.”
Embora não tenha detalhado as ações econômicas, as promessas de Trump durante a campanha apontam para uma pressão inflacionária grande nos Estados Unidos, devido à imposição de tarifas, principalmente da China, e restrições imigratórias, o que diminuiria a mão de obra e pressionaria os salários.O governo afirmou que prepara uma operação para iniciar, já na terça-feira, 25, deportações em larga escala, com ações em cidades como Chicago. Há ainda a expectativa de que Trump possa assinar cerca de 100 decretos apenas na primeira semana de sua nova administração.
A cerimônia de posse está programada para começar às 13h30, horário de Brasília. O vice-presidente eleito, J.D. Vance, será o primeiro a prestar juramento, seguido por Trump.
A libertação dos primeiros reféns marcou o início oficial do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, implementado neste domingo, 19. O avanço foi celebrado como um marco em direção à paz na região, embora incertezas ainda permeiem o futuro.
Na Carolina do Sul, durante seu último discurso como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden destacou o esforço diplomático para alcançar o cessar-fogo. Ele classificou as negociações como uma das mais difíceis de sua carreira, mas atribuiu os resultados a Donald Trump, reconhecendo o papel decisivo do presidente eleito.
A promessa de Trump em campanha de “acabar com essa guerra em um dia” foi mencionada no comício deste domingo, onde ele declarou que o cessar-fogo em Gaza foi “resultado de nossa vitória”. Trump ainda prometeu trabalhar pelo fim da guerra na Ucrânia, pela estabilização do Oriente Médio e pela prevenção de um conflito global.
O conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Michael Waltz, reforçou, em entrevista à CNN, que a eleição de Trump foi um ponto-chave para a concretização do acordo. Segundo Waltz, os líderes do Hamas reconheceram a possibilidade de serem derrotados, assim como o Hezbollah. Ele ainda destacou que os Estados Unidos não aceitarão que o Hamas governe Gaza, deixando em aberto questões sobre a permanência do armistício.
Em Israel, Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores, reconheceu a influência de Trump no progresso das negociações. Saar destacou que o presidente eleito não impôs nenhuma condição, mas ajudou a facilitar o diálogo. Ele reiterou que Israel mantém sua posição contrária ao governo do Hamas sobre a Faixa de Gaza.
As próximas etapas do acordo já têm data prevista. As negociações para a segunda fase devem começar no dia 4 de fevereiro, indicando que o caminho para a estabilidade definitiva ainda depende de esforços diplomáticos adicionais.
Os bancos comerciais da China decidiram manter as taxas de juros básicas de empréstimos (LPRs) inalteradas, segundo anúncio feito pelo Banco Popular da China (PBC) do país nesta segunda-feira. A taxa de um ano continua em 3,1%, enquanto a de cinco anos permanece em 3,6%.
Esta é a terceira vez consecutiva que as taxas de referência são mantidas estáveis, após o corte realizado em outubro, uma medida adotada pelo governo para estimular a demanda doméstica em meio a desafios econômicos.
Especialistas avaliam que o atual contexto econômico global, incluindo a volatilidade do yuan e dos títulos do governo chinês, além das incertezas ligadas à administração do segundo mandato de Donald Trump, pode influenciar o momento de futuras flexibilizações na política monetária do país.
Embora o banco central chinês opte por cautela, o mercado segue atento a possíveis sinais de ajustes que possam reforçar o crescimento econômico, especialmente diante da pressão por estímulos para reverter a desaceleração em setores-chave.