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Porto Seguro aposta em apólice para celular com cobertura para furto

Objetivo da companhia é alcançar uma base de 1 milhão de clientes com a proteção em um prazo de cinco anos, atraindo um público jovem

Marcelo Picanço, CEO de Seguros da Porto Seguro: um dos objetivos do grupo é atrair jovens para a marca | Foto: Fernando Martinho/Divulgação (Fernando Martinho/Divulgação)

Marcelo Picanço, CEO de Seguros da Porto Seguro: um dos objetivos do grupo é atrair jovens para a marca | Foto: Fernando Martinho/Divulgação (Fernando Martinho/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 07h50.

A Porto Seguro (PSSA3) irá relançar o seu seguro para celular nesta segunda-feira, dia 14, agora com cobertura para furto, além de contratação e gerenciamento digital.

Serão quatro planos, que combinam coberturas para quebra acidental, roubo e furto simples (que não deixa vestígios, a exemplo de uma bolsa aberta no transporte público). É possível escolher só uma das coberturas, duas ou todas combinadas. O produto estará disponível em todo o país e poderá ser usado em viagens internacionais.

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O produto com cobertura para furto da Porto Seguro reforça uma tendência no mercado de seguros. A insurtech Pier lançou uma apólice com essa cobertura em 2018. A demanda tem sido tão recorrente que, no ano passado, 11% dos reembolsos pagos no seguro celular da seguradora foram relacionados a furtos simples.

No começo deste mês, o Nubank (NUBR33) lançou a proteção para celular em parceria com a Chubb. O produto do banco digital começou a ser disponibilizado gradualmente aos clientes elegíveis.

Características do produto

O Porto Celular -- nome do produto -- não tem período de carência para o início da cobertura. O seguro poderá ser contratado para aparelhos com até dois anos de uso e permite a inclusão de acessórios, além da contratação de múltiplos aparelhos e inclusão de menores de idade entre os segurados (pai e mãe) na mesma apólice.

A franquia da proteção corresponde a 25% do valor do aparelho. Os 3 milhões de clientes com cartão de crédito da seguradora têm 5% de desconto na proteção e podem parcelar o valor em até 12 vezes.

Um Samsung S20 FE com 128 GB, que custa R$ 2.259, terá mensalidade inicial de R$ 17 para o plano inicial e de R$ 32 no completo, que protege contra furto simples e tem cobertura internacional. Para um iPhone 11 com 64 GB, que custa em média R$ 3.899, a mensalidade inicial do seguro é de R$ 22, enquanto o plano completo sai por R$ 44.

Em caso de sinistro, a Porto Seguro decidiu não oferecer aparelhos recondicionados a clientes. Irá conceder crédito para que possam comprar um novo aparelho na loja em que quiser, disse Marcelo Picanço, CEO de Seguros da Porto Seguro, à EXAME Invest. "Antes, se não houvesse em estoque, tínhamos que dar um aparelho semelhante. Não é o que o cliente quer. Agora, mesmo que haja perda no valor da franquia, ele tem poder de escolha."

Diversificação de receitas

O movimento de relançamento do seguro para celular é mais um passo da Porto Seguro em direção a uma maior diversificação dos negócios, estratégia anunciada recentemente. "Nem todos têm carros. Mas celular todo mundo tem. Com essa proteção conseguimos atrair mais jovens como clientes e sustentar o negócio no futuro."

A Porto Seguro tem atualmente 60.000 aparelhos segurados, e a proteção representa menos de 1% do negócio inteiro do grupo. O objetivo é chegar a 1 milhão de clientes, ou seja, crescer o produto cerca de 16 vezes nos próximos cinco anos em tamanho de base. A seguradora tem 5,8 milhões de clientes que têm seguro para carro.

No futuro, a empresa pretende adicionar serviços à proteção, como um help desk, já existente para cobertura de itens de tecnologia. A proteção poderá ser contratada pela loja da Porto Celular ou por meio de um corretor.

Atualmente, existem estimados 230 milhões de aparelhos ativos no Brasil, mas menos de 5% possui a cobertura de seguro. As proteções para celulares ainda não emplacaram no país porque as coberturas eram inicialmente muito restritas. Foi o desenvolvimento da tecnologia que permitiu ampliar a cobertura do seguro, diz Picanço.

Já é possível, por exemplo, fazer a vistoria de um smartphone remotamente, no momento da contratação, para verificar se já está danificado. Para controlar o risco da cobertura de furto simples, a seguradora realiza um filtro de clientes considerados com com menor risco. "A proteção exige inteligência para oferecê-la com risco razoável a um preço atraente. Temos que incluir o uso de algoritmos e localizadores para evitar fraudes", disse o executivo.

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