Porsche (Miguel Villagran/ Getty Images/Exame)
A Porche vai abrir o seu capital em setembro na Bolsa de Valores de Frankfurt. A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 26, pela controladora da casa automotiva alemã, a Volkswagen.
A Volkswagen detém a totalidade do capital do fabricante de automóveis de luxo, e garantiu que já existe demanda suficiente para cobrir toda a oferta. A Porche poderia ser avaliada entre 60 e os 85 bilhões de dólares (entre R$ 306,6 milhões até R$ 434,35 milhões), um valor superior ao da própria controladora.
Caso seja confirmado, esse seria um dos maiores IPOs da história da Europa.
Entre os investidores que já manifestaram interesse em entrar no IPO da Porsche estão a gestora americana T Rowe Price Group, que tem sob gestão mais de US$ 1,6 trilhão, e o fundo soberano do Catar, o Qatar Investment Authority.
Outros empresários, como o fundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz, e o presidente da LVMH, Bernard Arnault, também foram sondados.
Um sinal importante para o mercado financeiro europeu, que foi duramente prejudicado pela guerra da Ucrânia, pela crise energética e pela crise econômica que seguiu a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
Mas o interesse dos potencias futuros acionistas foi despertado também pelos resultados sólidos da casa automotiva de luxo. Em 2021, o faturamento da Porsche foi de US$ 33,1 bilhões, alta de 15% em relação a 2020.
O IPO da Porsche vai seguir a tradição de acionariado cruzado que caracteriza o controle da Volkswagen e da própria casa automotiva de luxo, controladas pelas poderosa famílias alemãs Porsche e Piech.
O acordo para a listagem da Porsche entre a Volkswagen e a Porsche Se (o veículo de investimento das famílias Porsche e Piech, que também detém 53% dos direitos de voto na Volkswagen) prevê que o capital da Porsche seja dividido em 50 % em ações ordinárias com direito de voto e 50% em ações preferenciais sem direito a voto.
Somente as ações preferenciais serão distribuídas no mercado, em até 25% no máximo.
Ao mesmo tempo, a Porsche Se comprará 25% das ações ordinárias da Porsche Ag, a um preço aumentado em 7,5% em relação às preferenciais, mantendo a maioria absoluta dos direitos de voto na Volkswagen e na Porsche. Essa operação será parcialmente financiada pela Volkswagen através da distribuição de 49% das receitas a título de dividendo extraordinário.
As famílias Porsche e Piech que controlam a Volkswagen através das ações com direito de voto receberão um dividendo especial para financiar a compra de uma parte minoritária do capital da Porsche.
O IPO da Porsche é mais uma novidade que chega no grupo automotivo alemão em poucas semanas.
No final de julho, o conselho fiscal da Volkswagen tinha demitido o CEO, Herbert Diess. Para substituí-lo a partir de 1º de setembro, foi chamado o CEO da Porsche, Oliver Blume, que continuará exercendo as funções de comando da casa de luxo mesmo após sua estreia na Volkswagen. O CFO da Porsche, Arno Antlitz, também será o Diretor de Operações da Volkswagen.
No começo de agosto, outra joia da coroa da Volkswagen, a Audi, anunciou que estreará na Formula 1.
Após a divulgação da notícia do IPO da Porsche, as ações da Volkswagen subiram até 4,4% na Bolsa de Frankfurt, alcançando o maior ganho intradiário em mais de um mês, entretanto, acabaram perdendo força no final do pregão e fecharam em queda de 0,49%.