Invest

Por que as bolsas voltaram a crescer após uma década de encolhimento

Euforia em Wall Street transforma recuperação do pós-pandemia em forte retomada dos mercados acionários ao redor do mundo

Na era pré-pandemia, o número de ações caía na comparação anual e permanecer com capital fechado estava na moda. Isso agora mudou em Wall Street e outros mercados (Tim Clayton/Corbis/Getty Images)

Na era pré-pandemia, o número de ações caía na comparação anual e permanecer com capital fechado estava na moda. Isso agora mudou em Wall Street e outros mercados (Tim Clayton/Corbis/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 3 de maio de 2021 às 15h58.

Última atualização em 16 de novembro de 2022 às 14h19.

O mercado acionário global antes cada vez menor reverteu o processo de encolhimento.

Descubra as melhores oportunidades da bolsa com a ajuda da Exame Invest Pro

A oferta de ações no mundo desenvolvido ficou positiva pela primeira vez em uma década, de acordo com o Sanford C. Bernstein, graças às emissões recordes, ao boom das empresas de cheque em branco (SPACs), e ao colapso das recompras de papéis por causa da pandemia. Foram 273 bilhões de dólares emitidos nos 12 meses até o fim de março, demonstrando que a preocupação com a tendência de encolhimento dos mercados de renda variável da era pós-crise financeira já não existe mais.

O que começou como uma corrida para fortalecer os balanços durante a crise de covid-19 se transformou em uma onda de ofertas para aproveitar o apetite implacável de investidores por um mercado que desafia preços históricos. Entre empresas como Coinbase Global, Deliveroo e SPACs patrocinadas por celebridades, as ofertas iniciais e secundárias saltaram para um recorde de 208 bilhões de dólares nas 13 semanas até 9 de abril, segundo dados da Ned Davis Research.

É mais um sinal da euforia em Wall Street.

“Normalmente, a emissão de ações atinge o pico no final do ciclo, ao mesmo tempo que a confiança do investidor aumenta”, disse Emily Roland, corresponsável por estratégia de investimentos da John Hancock Investment Management. “O rápido aumento das emissões líquidas de ações é outro sinal de que este ciclo do mercado está acontecendo em alta velocidade.”

Tudo isso é uma grande reversão da era pré-pandemia, quando o número de ações caía na comparação anual e permanecer com capital fechado estava na moda.

Isso gerou temores de que as bolsas estavam perdendo seu apelo como um mecanismo de preços e porta de entrada para levantar capital para não mencionar que indivíduos comuns estavam à margem dos ganhos do capitalismo americano.

A questão agora é se gestores vão absorver a oferta ou se as recompras corporativas serão aceleradas para impulsionar os mercados em níveis recordes.

No último caso, há boas notícias para os que apostam em empresas como Alphabet e Apple, que prometeram recomprar ações após fortes ganhos. Empresas americanas anunciaram no último trimestre 339 bilhões de dólares em recompras, um aumento de 68% em relação às mínimas da pandemia há um ano, embora ainda estejam abaixo dos 569 bilhões de dólares durante o pico de 2018, de acordo com dados da EPFR Global.

E companhias europeias, que tradicionalmente preferem pagar dividendos, podem estar prestes a iniciar uma onda de recompras, de acordo com o Morgan Stanley e Société Générale.

*Com a colaboração de Claire Ballentine

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valores

Mais de Invest

CVC sobe 7% na bolsa com poison pill e alta das ações domésticas

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"