StubHub: empresa enfrenta desconfiança do mercado apesar de recomendações positivas de analistas
Redatora
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 06h06.
As ações da StubHub Holdings Inc. continuam abaixo do valor de estreia após o IPO de US$ 800 milhões realizado em setembro Mesmo assim, analista estão otimistas com a empresa de revenda de ingressos.
Segundo um levantamento da Bloomberg, pelo menos dez analistas classificaram o papel como "compra ou equivalente", com projeções de crescimento acelerado da receita e expansão das margens de lucro no próximo ano.
Mesmo assim, as ações seguem mais de 20% abaixo do preço de US$ 23,50 por papel definido na oferta pública inicial, cotadas em torno de US$ 19, e distantes do preço-alvo médio de US$ 27,80 projetado para os próximos 12 meses.
De acordo com o Bank of America (BofA), a StubHub deve ampliar a receita em mais de 55% em 2026 após um avanço modesto de 1% neste ano. A instituição projeta que a margem de lucro passe de 13% para quase 36% no mesmo período.
O Bofa reconhece que as metas são ambiciosas e dependem de um ambiente econômico favorável, além da capacidade da companhia de ganhar participação de mercado, diversificar fontes de receita — incluindo publicidade e venda de ingressos primários — e superar desafios regulatórios.
A Copa do Mundo da FIFA de 2026 representa uma oportunidade relevante, com potencial de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões em transações de revenda de ingressos, segundo a Bloomberg Intelligence. Ele destaca que o evento pode ajudar a StubHub a ganhar fôlego nas metas de crescimento, especialmente se conseguir ampliar suas margens.
Além disso, a empresa firmou em setembro uma parceria de longo prazo com a Major League Baseball (MLB), abrindo espaço para sua entrada no mercado de ingressos primários. Estimativas de analistas indicam que essas vendas podem alcançar US$ 2 bilhões em 2026.
O modelo operacional da StubHub é baseado no baixo uso de ativos e geração de fluxo de caixa, já que a empresa não compra os ingressos antes da venda. A companhia cobra o valor integral apenas quando o ingresso é comercializado e repassa o pagamento ao vendedor, estratégia que reduz custos e se assemelha a marketplaces como Airbnb, Uber e DoorDash.
Com base nas projeções do Bank of America, a StubHub é avaliada em cerca de nove vezes o lucro operacional (Ebitda) estimado para 2026, de US$ 989 milhões, um desconto relevante frente à média de 14 vezes observada em empresas de crescimento similar. O número sugere que parte do mercado ainda prevê resultados abaixo das expectativas.
Além disso, as questões regulatórias continuam no radar dos investidores. Um dia após a estreia da StubHub, a Comissão Federal de Comércio (FTC) e sete estados norte-americanos processaram a Live Nation Entertainment e sua subsidiária Ticketmaster, alegando falhas na aplicação de regras contra revendedores. A Ticketmaster nega as acusações e afirma que pretende se defender.
Nos Estados Unidos, também tramita no Senado uma proposta de proibição à venda e à publicidade de ingressos que não estejam em posse do revendedor, medida que poderia afetar o setor de revendas.
O CEO e cofundador Eric Baker declarou, em entrevista à Bloomberg, que a empresa “atua ao lado dos consumidores” e pretende defender maior transparência no mercado de eventos ao vivo.