Mercados

Por que a Vale ainda tem força na bolsa, segundo o Itaú BBA

Analistas apostam na venda de ativos para geração de caixa


	Mesmo com cenário desfavorável, Itaú BBA ainda aposta na ações da Vale
 (Agência Vale)

Mesmo com cenário desfavorável, Itaú BBA ainda aposta na ações da Vale (Agência Vale)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 09h07.

São Paulo - Com os preços do minério de ferro atingindo valores inferiores a 100 dólares, a Vale ficou desacreditada no mercado e entre os investidores. Foi a primeira vez desde 2009 que a commodity, usada na fabricação do aço, chegou a esse preço, influenciada pela desaceleração industrial na China. Mesmo assim, há ainda quem aposte na Vale, como os analistas do Itaú BBA.

O analista Marcos Assumpção reafirma em um relatório sua recomendação de “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para os papéis preferenciais de classe A (VALE5), com preço-alvo de 46 reais por ação para o fim de 2013.

Ele ressalta que mesmo em um cenário de enfraquecimento no preço do minério de ferro, a mineradora ainda tem formas de otimizar sua carteira de ativos. A venda de 10 embarcações, por 600 milhões de dólares concretizada na sexta-feira, é um exemplo desses recursos.

Segundo o relatório, a Vale pode obter 8,5 bilhões de dólares com a venda de ativos, como navios, blocos de petróleo e gás, carvão térmico, alumínio, entre outros. Marcos acredita que a Vale irá, desta forma, se concentrar em projetos lucrativos, diminuindo os investimentos, além de ajustar os dividendos a uma expectativa menor de geração de fluxo de caixa livre.


Além disso, ele lista 3 motivos para acreditar que a Vale é a melhor opção do setor. A baixa alavancagem da empresa, com a relação dívida líquida/Ebitda estimado para 2012 em 1,4 vez, relação de EV/ Ebitda (Valor da empresa/geração de caixa) estimado para 2013 em 5 vezes e rendimento dos dividendos estimado em 5,3% nos próximos 3 anos.

Desaceleração chinesa

O Índice de Gerentes de Compras da China (PMI) de agosto, divulgado neste sábado, confirmou as preocupações com a desaceleração econômica no país. A queda já era esperada, mas o número foi menor do que o estimado e ficou em 49,2 pontos no mês de agosto (em julho 50,1 pontos foram registrados).

Especialistas consultados pela Reuters esperavam que o PMI ficasse nos 50 pontos, número que separa a expansão da contração.

A Vale é o maior produtor do minério de ferro e a China o maior comprador da commodity que é utilizada em suas indústrias. O minério de ferro é negociado abaixo de 100 dólares - valor menor do que o considerado como custo marginal de produção - desde o dia 23 de agosto. Na cotação de hoje, a tonelada era negociada a 89,1 dólares.

A expectativa é de que os preços voltem a subir no quarto trimestre de 2012 e em 2013. Mesmo assim, os analistas estão refazendo suas projeções para a Vale. Carlos De Alba e Alfonso Salazar, do Morgan Stanley, mudaram suas projeções do Ebitda de 22,9 bilhões de dólares para 19,7 bilhões para 2012. Para 2013, a estimativa do Ebitda, que era de 29,6 bilhões de dólares, agora passa a ser de 22,8 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasbancos-de-investimentoCommoditiesEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasitau-bbaMercado financeiroMineraçãoSiderúrgicasVale

Mais de Mercados

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria