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População mundial deve cair pela metade até 2100, mostra estudo do HSBC (H1SB34)

No ritmo atual de declínio da taxa de fecundidade, a população mundial poderia ser reduzida pela metade até o final do século, para pouco mais de 4 bilhões de pessoas.

Sede do HSBC (H1SB34) (HSBC/Divulgação)

Sede do HSBC (H1SB34) (HSBC/Divulgação)

A população mundial poderá diminuir em até 50% até o final do século, passando das atuais oito bilhões de pessoas para quatro bilhões.

O cálculo foi realizado por James Pomeroy, economista do HSBC (H1SB34), em um estudo publicado esta semana.

"A probabilidade de que o tamanho da população mundial comece a diminuir nos próximos 20 anos é muito maior do que prevíamos originalmente", escreveu o economista.

Para ele, as previsões das Nações Unidas segundo as quais a população mundial deve atingir um pico por volta da década de 2080 não condizem com a realidade.

"As taxas de fertilidade cairiam em um ritmo mais rápido do que a Onu havia sugerido anteriormente", aparece no relatório, que explica como as previsões das Nações Unidas "foram um pouco otimistas em termos de direção de viagem para as taxas de natalidade".

O pico populacional do mundo poderia ser alcançado muito mais cedo, por volta de 2053, e apenas 13% maior do que hoje, ou seja 8,94 bilhões de pessoas, pois a taxa de fecundidade, em forte queda, reduz significativamente o número de nascimentos em um contexto de uma população já envelhecida.

Onu mostra queda da fecundidade média mundial

Em julho passado, um estudo da Onu mostrou que, em 2021, a fecundidade média da população mundial foi de 2,3 nascimentos por mulher durante sua vida. Esse número era 5 na década de 1950.

E para as Nações Unidas, a fecundidade deve cair ainda mais até 2050, chegando em 2,1 filhos por mulher. Uma taxa que estabiliza a população.

Todavia, segundo o estudo de Pomeroy, a tendência recente mostra que o declínio pode ser maior e mais rápido.

Um primeiro alerta foi lançado em 2019 por dois professores canadenses, Darrell Bricker e John Ibbitson, no livro “Empty Planet : the shock of global population decline" (Planeta Vazio: o choque do declínio populacional global, na tradução em português).

Os dois autores argumentaram que o envelhecimento e a baixa fertilidade causarão mudanças maciças na população humana muito mais cedo do que se previa anteriormente.

"O envelhecimento é a outra grande transformação social do século XXI. Em 2050 – pela primeira vez na história – haverá mais pessoas com mais de 65 anos do que com menos de 15 anos", escreveu o analista no relatório do HSBC.

Causas dessa redução da população

Segundo o estudo da HSBC, existem muitas razões para o declínio da taxa de fecundidade.

Entre elas, a inserção das mulheres no mercado de trabalho atrasa a idade em que têm o primeiro filho.

Além disso, o aumento dos preços dos imóveis nos países ricos limita a criação de uma família numerosa por causa dos custos elevados.

O aumento do nível educacional e o melhor acesso aos cuidados e às práticas contraceptivas também influenciam o fato de as famílias terem menos filhos.

Por último, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) acentuou a tendência de queda do número de nascimentos.

Países em situação muito diferente

Os países desenvolvidos e alguns países emergentes serão afetados duramente por essa redução da população.

Em Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul e Taiwan, a atual taxa de fecundidade prevê uma redução pela metade da população até o final do século. A China também terá um declínio acentuado, chegando próxima dessa redução.

Na Europa, “no ritmo em que as coisas vão, a população terá caído pela metade antes de 2070, com o continente correndo o risco de perder 400 milhões de habitantes até 2100”.

Da mesma forma, estendendo a tendência atual, a população da Índia aumentaria para 1,54 bilhão em 2050, enquanto a China veria sua população diminuir para 1,17 bilhão.

Por outro lado, segundo o trabalho de Pomeroy, nem todos os países estão no mesmo barco.

"O epicentro do crescimento populacional deve mudar para a África nas próximas décadas. De fato, a população da África deve quase dobrar entre 2022 e 2050. Na Ásia, em 2023, a Índia ultrapassará a China como a nação mais populosa. A população da Europa já começou a diminuir" escreveu o especialista no relatório.

Segundo ele, o declínio da taxa de fecundidade é global. Mas para alguns países, como os da África Subsaariana e da Ásia, o nível, embora em declínio, permite um crescimento populacional contínuo.

Com isso, a participação da África na população mundial aumentará, e um grande número de jovens africanos deverão ser integrados ao mundo do trabalho, localmente, em países desenvolvidos ou em países emergentes que precisam de mão de obra.

Embora alguns governos tenham implementado políticas destinadas a aumentar a fertilidade, Pomeroy observa no estudo do HSBC que elas são “ineficazes” e que sequer conseguiram reduzir a baixa na fertilidade nos países do norte da Europa, onde foram aplicadas de forma mais intensa.

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