Serviços: mesmo com a queda na atividade de serviços, os executivos continuam otimistas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 12h02.
São Paulo - O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços do Brasil caiu para 50,4 em abril, de 51,0 em março, segundo divulgado nesta terça-feira, 6, pelo HSBC e Markit.
Com isso, o índice composto, que leva em conta também o setor industrial, recuou para 49,9, de 51,0, no mesmo período.
"Isso indica que a produção do setor privado ficou praticamente inalterada em relação ao volume registrado no primeiro trimestre", diz o relatório.
Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade, enquanto resultados abaixo dessa marca apontam contração.
O relatório afirma que, apesar de mostrar uma leve expansão do setor de serviços em abril, o PMI ficou abaixo da média de longo prazo.
Os executivos entrevistados para a pesquisa relataram volumes mais elevados de novos pedidos, mas apontaram também que as condições econômicas difíceis restringiram o crescimento.
A produção aumentou em três dos seis setores monitorados: intermediação financeira; correios e telecomunicações; e aluguéis e atividades de negócios.
"O índice de expectativa (dentro do PMI de serviços) caiu para o menor nível desde o início da série histórica, em março de 2007", afirma André Loes, economista-chefe do HSBC no Brasil.
O nível de emprego no setor de serviços aumentou pelo 14º mês seguido em abril, mas a expansão foi marginal, no menor ritmo desde agosto do ano passado.
Enquanto isso, os custos médios de insumos aumentaram em abril, mas a inflação no setor foi a menor da série histórica, com alguns entrevistados citando negociações bem-sucedidas com seus fornecedores.
Os preços de vendas do setor privado como um todo também tiveram uma forte desaceleração, com o menor aumento em 27 meses.
Mesmo com a queda na atividade de serviços, os executivos continuam otimistas.
Em abril, cerca de 19% dos entrevistados esperavam um nível de produção mais elevado daqui a doze meses, atribuindo este fato à Copa do Mundo, às expectativas de condições econômicas melhores e às previsões de um aperfeiçoamento na economia brasileira.
O nível de otimismo, porém, vem caindo e atingiu no mês passado o patamar mais baixo em mais de sete anos, ou seja, desde que a coleta de dados começou.